Liliza Mendes | Rastro | Escultura | Cerâmica e metal | Fotografia de Rodolfo Caeser | 1999

 
 
 
 
 
 


 

O poema

 

 

onde se lê

estar dentro

leia-se silêncio,

 

e onde se lê

adentro

 concentro-me.

 

 

Razão

 

 

Pode ser uma necessidade de (re) significação de um poema, o dizer de possibilidades abertas e partilhadas de outras fontes próximas, separadas por anos, décadas e séculos, entre nós, humanos, desejosos da "dialógica" com outros humanos. Pode ser um equívoco, consolidação de um fracasso dos cinco sentidos, pois, sentir não é pureza, é vício, e, portanto, o sentir atravessa a história. Pode ser a anunciação da leitura de um poema, a inscrição do corpo nas próprias margens, não um processo de procura, mas uma coordenação de linhas paralisantes, esconderijo de palavras, a outridade da voz, em silêncio. Pode ser uma apropriação indébita, paisagens do esquecer e do lembrar, lâmina roçando a íris: sempre do lado de dentro.  

 

 

setembro, 2010
 
 
 
 

Camilo Lara (Belo Horizonte/MG). Professor e coordenador de atividades culturais do CEFET-MG. Integrou o Grupo Dazibao, de Divinópolis/Belo Horizonte, MG. Um dos organizadores da coleção Poesia Orbital em 1997 (BH, MG). Co-editor da revista ATO (BH, MG). Autor, em co-autoria, de Prelúdio penetrável (1984) e Dentro passa (1997). Publicou, em 2006, o livro Itinerários — a poética do coletivo em Divinópolis. Participou das antologias O achamento de Portugal (Lisboa, Portugal e Belo Horizonte: Fundação Camões e Anomelivros, 2005) e DezFaces (Belo Horizonte: Editora O Lutador, 2008).

 
Mais Camilo Lara em Germina
>
Poemas