Polpa
não me poupe
de vento em popa
afundar
adentro
Marsúpio
me coloca na bolsa
(não me perde)
sou lanche da tarde
remédio
batom
e vibrador
Tiros em Shanghai
vampiros
na casa de espelhos
dá um belo tiroteio
Enterro improvisado
jazigo
de jazzista
é o solo
do amigo
Homem bomba
estou
rando
or'ando
caindo
pedaços
em
oremos
Fila de espera
pra quem fica no aguardo
esperando deus mudar
ele deu o seu recado
diz tô muito ocupado
sendo mesmo todo mundo
Antitestamento
quando eu morrer
não hei de deixar
pia de louça suja
Fiado
Caronte
entenda
aquela moeda
foi última dose
e aí eu perdi o rumo de casa
[Poemas do livro Deflora. Patuá, 2016]
março, 2016
Gabriel Felipe Jacomel (Joaçaba/SC, 1985). Autor do livro de poemas Deflora (Patuá, 2016), é Oficial das Artes. No campo da poesia esteve presente nas coletâneas Retalhos diVERSOS, Realengo: poetas pedem paz, e em 29 de abril: o verso da violência. Tem poemas publicados nas revistas Diversos Afins e Mallarmargens, bem como em edições do Caderno Literário Pragmatha e em antologias do Sarau Boca de Cena. Edita, desde 2010, o blogue faziafagiaebulimia: faziafagiaebulimia.blogspot.com.
Mais Gabriel Felipe Jacomel na Germina
> Poemas