LADAKH
longevo
paraíso
para trás
obscuro
ocidente
o ar é frio
e corta
escarpada
serpente
Shangri-lá,
não é aqui
teias de rotas
monastérios
o vento
sussurra
o mantra.
NEPAL
nuvens
argênteas
no
debelo
das neves
ruflar
de asas
brancas.
LEH
goles de ar
árdua trilha cinza
Lena, em Leh
guarda o lema
do Lama.
VIETNÃ
velha Saigon
de mãos vazias
madrugadores
vêm e vão.
MIANMAR
a
monótona
paz
resiste
ao tempo
onde
Shwedagon
reluz
feito sol
aos quatro
ventos.
TIBET
redentora
morada
sobre Lhasa
— apinhada —
Palácio
Potala.
CAXEMIRA
rubras folhas duplas
crepitam ao vento
cortante do tempo.
LAOS
ruem
os tempos
ruem
as formas
não ruem
as águas
um regato
de águas
raras.
CAMBOJA
perfilada
apsara de prata
o sol a desposa
horantiga.
BUTÃO
breve
a brisa
que volve
o grou-monge
ao mais casto
monte.
TAILÂNDIA
no
branco lago
do Templo Branco
alvas águas
de carpas
paz!
junho, 2016
Israel Azevedo (São Paulo - SP, 1979). Integra as antologias: Seis Poetas Jovens no Papel de Rascunho (Lumme Editor, 2006) e QASAÊD ILA FALASTIN - Poemas para a Palestina (Selo Zunái Edições, 2012). Prepara seu primeiro livro, Dragão de Rá.
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