Une calligraphie en miroir


Ils ressent                                    l'impentre,
La vitesse
Des corpes percutés.

Un souffle libère les membres inférieurs


De leurs attaches.
Elle ne limite plus                                 sa force

Elle en atteste                                          la
réalité.

 

L'Animalité des postures.

 

 


Poetic Forms

Strong and passionate feelings
Seem to elude
In the atmosphere
Of the volume.

When I saw
My first colony,
Officially conquered
At 17
I choose to remain
In my new condition.
A painfull case.

          (¡Que bueno está el...!)

Neither I
Nor the day
An idlle chalice on my breast

 

 


*

Começou a funcionar

A dispor-se de tabela

Numa rede de numismática


Com Jasmim


Começou logo a funcionar

Retirado das contas das calças de abas e mordeduras de
peixe a contratar


É bom ver coisas bonitas atrás das portas

Ver solavancos congelados


No display dos clientes


No mostrador


Na Rede de Jasmim

 

 


*

Misturavam-se as vitaminas nos chapéus das chapas quentes


Era estranho usufruir da experiência dos outros e solicitar aptidões queridas
Quantas vezes chegava a casa de Miranda
With Girlish Notions

Totalmente obcecada pelo interior

Passava de gorjeta a gorjeta e barrava-se na areia dos
dias quentes como manteiga doce.

A questão coloca-se de pé


Era importante pensar no income dos rendimentos
absolutos.

 

 


*

Forçar uma fortaleza requer tolerância a qualquer ruído


Nem outras formas de sucesso


Pensava na coleira de casa e na vida que levava       Entre


O cão a humildade fugia


Seduzir era importante

 

 

 

 

*

A avó, pequenina

Dobrava folhetos em cima da saia da prima

Colava cartazes de selos de cobra em todos os andares


De baixo


E pregava pregos sozinhos nos sapatos escuros

 


A avó, pequenina

Comia cigarras lentas da saia da prima

Colava flores nos pigmentos associados


E beijava homens negros nas solas dos lares

'El otro dia queria un Yan, pero no estabas'

It took combined efforts of the 3 genuis

 

 


*

Dissolve-se na água


Um suspiro

Mole

Aberto na ponta


Manuel esconde-se

No meio dos índios


Da fruta

 

 


*

As surpresas vão sendo cada vez mais e melhores.

Como num blogue politico

Como numa ervilha cor-de-rosa

Como num conjunto de belas edições

 

 


O Pescador


Franco, naturalmente silencioso, foi entrando sem ser percebido. Era parte do seu hábito não encher a casa com sons, desta vez, necessários e necessários.

(A conjugação de Vénus com Júpiter beneficia as relações afectivas e a sensibilidade.)

Quando chegou, ofegante, a porta já estava fechada e a casa vazia.

— ...e hoje é noite de lua cheia... — suspirou ao telefone da sala enquanto olhava pela janela. Do outro lado da linha a amiga emudecera.

No cais do porto

Apanhou o barco dos 10 minutos

De fraca iluminação

Nas pedras verdes gastas aqui e ali

Infestadas de lodo

Infestadas de baratas de água — as sereias que por ali andavam ao vento dos bichos

 

 

 

*

Quando os fogos abriam longas cancelas
Com muitos casacos cor de rosa canelados de mel e cebola

Agora todos muito bem tristes e muito bem picados

Quantos os que já havia

Aquele de quem falo era outro.

Mas com muitos espaços e reticências ou os do likewise

Abri a camisa só um bocadinho

E cuspi para cima contigo

Avec les autres tout alours

Estávamos a falar do ta e titi. Uma pressa.

Candeeiros e moveis que gostam de soprar as velinhas dos aniversários

Um hipopótamo gigante em liberdade na pista

Bouquets

 

 


*

Que seriam as faixas wave sem o amarelo do flower?

Risoto da seca

É vê-los passar rechonchudos

Try to experiment

O que sai da boca é frágil

Ou antes mole

Substituir tudo o que a avó não entende

É mole

Como orelha de porco com arroz

Mole como pança, penca, pinça

I wish i could consume everything they say

 

 

(imagem ©abrams & lacagnina)

 

 

Célia Gonçalves, poeta e tradutora,  vive  em Portalegre , perto de Coimbra (Portuga  l). Fez licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas — Português e Inglês —, enriquecida com várias cadeiras opcionais, e Curso Superior de Espanhol.

Desde 1997, é membro ativo da Oficina de Poesia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,  o que inclui  várias leituras em locais públicos, tais como Casa da Cultura (Coimbra), Museu Machado de Castro, Coimbra, Palácio de São Marcos, Coimbra.
 
Tem poemas publicados na revista brasileira Sibila e poemas e artigos publicados na revista portuguesa Oficina de Poesia  e na revista espanhola Agália.

Com o escultor Romeu Brito Gonçalves, apresentou a Dual  Poetry, exposição conjunta na Câmara Municipal de Nisa: "Poesia minha e instalações/esculturas dele".

Também como poeta, colaborou com a pianista Maria João Pires no seu projeto de apoio às crianças desfavorecidas em Belgais: "As workshops misturavam as  diversas artes, ajudando as crianças, cada uma com o seu próprio tempo e espaço, a libertaram a criação que fazem a todo o momento, sem entraves limitativos (...)".

É dela o design da capa e contracapa do livro Espaços, de Emiliana Cruz (Coimbra, Palimage Editores) e da capa e contracapa da revista Oficina de Poesia n.1: " Faço colagens, mas é na poesia e nos contos que nado com mais à vontade".

Trabalha como comercial de cerâmica e tradutora freelancer. Como tradutora, colaborou com os tradutores Chrys Chrystello  e com Luíz de Lacerda e com as agências Euro Language Services, East West Concepts Translation, Claremont Language Academy and Fullsix. Freelancer, traduz do Inglês, do Francês e do Espanhol, para o Português — ambos: o Português falado na Europa e o falado no Brasil. Saiba mais em seu site.