primeiro anotação, à vista da nave

 

em postas, o caos. primeiro foi o verbo cortazariano. rayuela, jogo da amarelinha. nele, a voz emitida era a de um caos portátil, de bolsillo. como se dissesse, quero ser título! e foi. o primeiro caos portátil nasceu em forma de fragmas, contemas e experiências fragmentárias. corria o ano de 1999. jorge pieiro fez a postagem em busca de outros espaços. e a prova ficou guardada para ser revista revista revista.

antes, porém, 1997, um almanaque de contos cearenses deu um grito. feito münch, fez a ponte pedro salgueiro. e idéia já havia na revista da revista da revista.

de esguelha ao passado, ainda jorge pieiro — 92, 93, 94, 95 — vários, tudo em forma de pequenos cortes, o relato, folhinha do caos, do resto do mundo a panaplo e alhures. entropia revista revista revista.

17 de agosto de 2005: o marco, a encruzilhada, a conjunção de todos os pecados da tribo, enfim o presente: vinte e três contistas ou quase, cearenses, em qualquer coisa que se pense como texto, recorte, fragmento e que conte, reaponte, reafirme evoluções.

assim, o editorial:

 

no fim, o começo

 

A verdade é mais que uma mistura. Ninguém pode imaginar qualquer tipo de pureza debaixo do sol. Se assim pensamos, não vale lapidar ventos ou testemunhas quixotices.

O limite é o próximo passo. O limite é o abismo. E nele não queremos cair. Ficamos experimentando o mesmo, revolvendo eclipses em nossas vísceras. Preferimos assim. O caos é uma verdade, felizmente.

Daqui, partimos com apenas uns. Nada de festins. O que queremos é deixar de lado o outro lado. Vamos, do jeito que der.

Apontamos este rumo: o caos, novamente o cais. O caos portátil, contos e o mínimo que se puder. Iniciemos essa perda. Vinte e três, dessa ou de outras vezes. Vinte e três. Sem grupo, sem tipos, apenas um número sem místicas. Experimentemos essa beira de abismo, caos nosso em vossos dias.

 

a bordo: Caio Porfírio Carneiro, Aldir Brasil Jr., Nilto Maciel, Pedro Salgueiro, Rodrigo Marques, Cândido Rolim, Inez Figueredo, Jorge Pieiro, Airton Monte, Diana Melo, Carlos Nóbrega, Luis Marcus, Júlio Lira, Pedro Henrique Saraiva Leão, Carmélia Aragão, Dimas Carvalho, Joan Edesson, Carlos Emílio Corrêa Lima, Luciano Bonfim, Nuno Gonçalves, Ronaldo Correia de Brito, Sérgio Telles, Ruy Vasconcelos.

 

assim, a revista revista revista ad infinitum.

 

estante: revista Caos Portátil — Um almanaque de contos n° 1. Fortaleza: Editora Letra e Música, 2005. 74 páginas. R$ 10,00. contato: letraemusica@secrel.com.br.

 

 

agosto, 2005

 

 

jorgepieiro@secrel.com.br