DA SEDUÇÃO DOS
ANJOS
Anjos seduzem-se: nunca ou a
matar.
Puxa-o só para dentro de casa e mete —
— Lhe a língua na
boca e os dedos sem frete
Por baixo da saia até se molhar.
Vira-o contra a parede,
ergue-lhe a saia
E fode-o. Se gemer, algo crispado
Segura-o bem,
fá-lo vir-se em dobrado
P'ra que do choque no fim te não
caia.
Exorta-o a que agite bem o
cu
Manda-o tocar-te os guizos atrevido
Diz que ousar na queda lhe
é permitido
Desde que entre o céu e a
terra flutue —
Mas não o olhes na cara enquanto fodes
E as asas,
rapaz, não lhas amarrotes.
(Tradução de Aires
Graça)
MARIA SEJAS LOUVADA
Maria sejas louvada
Como
és tão apertada
Uma virgindade assim
É coisa demais p'ra
mim.
Seja como for o
sémen
Sempre o derramo expedito:
Ao fim dum tempo
infinito
Muito antes do amen.
Maria sejas louvada
Tua
virgindade encruada
'Inda me pões fora de mim.
Porque és tão fiel
assim?
Por que devo eu, que
dialho
Só porque esperaste tanto
Logo eu, o teu encanto
Em vez
doutro ter trabalho?
(Tradução de Aires
Graça)
O USO DAS PALAVRAS OBSCENAS
Desmedido eu que vivo com
medida
Amigos, deixai-me que vos explique
Com grosseiras palavras
vos fustigue
Como se aos milhares fossem nesta vida!
Há palavras que a foder dão
euforia:
Para o fodidor, foda é palavra louca
E se a palavra traz
sempre na boca
Qualquer colchão furado o alivia.
O puro fodilhão é de
enforcar!
Se ela o der até se esvaziar: bem.
Maré não lava o que a
arvore retém!
Só não façam lavagem ao
juizo!
Do homem a arte é: foder e pensar.
(Mas o luxo do homem é:
o riso).
(Tradução de Aires
Graça)
©rosa hirafuji
AULA DE AMOR
Mas, menina, vai com
calma
Mais sedução nesse grasne:
Carnalmente eu amo a alma
E
com alma eu amo a carne.
Faminto, me queria eu
cheio
Não morra o cio com pudor
Amo virtude com traseiro
E no
traseiro virtude pôr.
Muita menina sentiu
perigo
Desde que o deus no cisne entrou
Foi com gosto ela ao
castigo:
O canto do cisne ele não perdoou.
O COITO E A SAUNA
Melhor é foder primeiro, e
então banhar.
Esperas que, curva, sobre o balde se ajeite
O
traseiro nu miras com deleite
E tocas-lhe entre as coxas a
reinar.
Mantém-na em posição, mas
logo após
Assento no piço lhe seja permitido
Se duche quiser na
cona, invertido.
Depois, claro, seguindo nossos avós,
Serve ela no banho. As pedras
põe a apitar
Com bátega rápida (que a água ferva)
Com tenra bétula
te açoita e corado
Em balsâmico vapor mais
esquentado
A pouco e pouco te deixas refrescar
Suando agora a
fodança em caterva.