©m. luisa gomes
 
 
 
 
 
 
 


Platéia

Os sabiás-laranjeira invadiram São Paulo e se alojaram definitivamente (espero) na metrópole. Há quem diga que vieram, porque o ar melhorou. Outros culpam a destruição das matas, onde habitavam antes. De toda forma, recebo-os com muito gosto. Faladores, melhor, cantadores das últimas horas da noite, anunciam antes de todos o raiar dos dias. Já se pode dizer que fazem parte da trilha sonora da cidade. Acho até que, para conseguirem este posto, é que acordam tão cedo. Os trinos brilham antes do sol, para que não sejam consumidos pelo barulho dos motores assim que a cidade começa a se mover. Gostaria de saber o que fazem durante o horário de interferência humana. Creio que devem voar pra longe e encher a pança com pitangas de Juqueí, mangas de Embu-Guaçu. Mas, na hora de cantar, preferem, como todo artista, exibir-se para alguma platéia. Eu, silente, não acendo a luz. Mas aplaudo.


 

Pastoral da pedra
Nasci na cidade de Barra, Bahia, diocese do bispo que ameaçou morrer pelo rio que passa à porta da cidade. Aliás, à porta não, passa um pouquinho mais adiante, visto que Barra, que tem por sobrenome "do Rio Grande", e é banhada por este, que deságua, logo a seguir, no São Francisco. Meu pai, missionário batista no vale do São Francisco, na década de 40, fundou em Barra uma igreja de sua religião. O bispo da época liderou uma marcha de católicos que apedrejaram a igreja com o velho e seus convertidos lá dentro, cantando, enquanto os vidros das janelas eram despedaçados. Naquele tempo o São Francisco era um rio pujante, mas o bispado era intolerante. Hoje, o rio inspira compaixão, mas o bispado é respeitoso e a favor da vida. Da igreja batista fundada por meu pai, sei apenas que ainda persiste. Só espero que os crentes, antes acuados, hoje estejam engajados na mesma luta do bispo, unidos em apedrejar, desta vez, o inimigo comum que tenta profanar o rio.


 

Batendo no debate
Ainda sobre o São Francisco, é lógico que o projeto de transposição se apresenta tecnicamente imperfeito e inadequado. Mas é infâmia dizer que o governo fugiu da discussão sobre o assunto. Em todas as sessões públicas previstas para debater o projeto, houve invasões lideradas por ONGs diversas, que impediram, aos berros, qualquer troca de idéias. Não aproveitar desta maneira os raros momentos de exercício de democracia deste governo, além de erro estratégico grave, indica péssimo procedimento fascista.


 

Cinema I: O parque
No Parque Guinle, no Rio — num verdadeiro paraíso com jardins de quarteirões, tombado pelo Patrimônio Histórico —, aconteciam shows no terraço da mansão, um pequeno palácio de três andares. Numa das ocasiões em que eu e meu parceiro Sá nos apresentamos ali, depois do ajuste do som e do palco, fui tomar um banho no hotel, embora a produção me houvesse aconselhado a permanecer por lá. Deveria ter atendido. Ao voltar, senti-me ao mesmo tempo prestigiado e perdido. Havia uma multidão rodeando a entrada e disputando ingressos, porém a lotação já estava esgotada. Encrenca. Vi meu empresário tentando explicar alguma coisa aos mais furiosos. E apenas ele. Não poderia entrar por aquela porta. Rodeei a mansão, que adentrava por um bosque escuro. Podia ver o colorido das luzes e ouvir o ruído do público vindo do terraço, lá no alto. Nenhuma forma de entrar. Até que, sozinho, no escuro, assustei-me com a voz: "E aí? Tá tudo bem?". Vinha das trevas do bosque. Falei que sim, estava tudo legal. Daí, surgiu um vulto correndo, enquanto convocava: "Então, vamos lá!". Era um fã que tentava penetrar no show, subindo por uma coluna e apoiando-se num encanamento que se erguia até o terraço. Era preciso coragem. Sem saber que estava comigo, foi logo subindo — e eu atrás, prestando atenção e repetindo aquilo que o via (parcamente) executar na escalada. Ao chegarmos no alto, pôs a cabeça por cima da mureta. Faltava só este pulo para alcançar o auditório. Virou-se para mim... E abriu os olhos num terrível espanto. Ficou mudo. Pulei antes dele e disse: "Vem comigo". Pedi ao pessoal da produção que conseguisse o melhor lugar possível para meu "convidado". E, claro, mandei fechar o ponto vulnerável. Esta cena cairia bem num clipe.


 

Cinema II: A porta
Saltamos do avião, no Rio de Janeiro, eu e o genial Vitor Martins, letrista de Ivan Lins e meu velho e dileto amigo. Uma tremenda chuva já nos havia deixado tensos durante a aterrissagem e estávamos atrasadíssimos para um encontro com João Araújo, presidente da gravadora Som-Livre. Atrasados e molhados, entramos no táxi, indicamos o rumo e passamos a reestudar o projeto que iríamos apresentar. Ao saltar no destino, ainda chovia. Apreensivos, nos identificamos na portaria. Já estavam à nossa espera no terceiro andar. Uma secretária nos recebeu e nos dirigiu pelo silêncio e maciez de um tremendo tapete até uma porta de madeira, bonita, trabalhada — e enorme. Uma porta de correr. A moça foi até uma das suas extremidades e veio arrastando, abrindo a porta à nossa frente. Em lugar de João Araújo, foi se descortinando — sentados a uma vastíssima mesa — um dois, três, quatro, sete... A porta continuou escorregando e descortinando oito, nove... Uma dúzia de executivos da gravadora. Quase caímos para trás. Olhei pro Vitor interrogativamente. Este, com a cara mais caipira de Ituverava, que ele sempre tem, espantou-se: "Ué, eu acho que nós caímos na reunião errada". Depois de uma pausa, considerando a situação inusitada, iniciei uma gargalhada que logo se espalhou mesa afora. Todos riram alegremente, levantaram-se, foram se apresentando e explicando que João solicitara à diretoria que estudasse nosso projeto, em virtude de uma viagem inesperada. No fim das contas tudo correu bem, como a porta de entrada. Mas vou incluir esta cena, com os personagens trocados, quando escrever o roteiro de um filme.


 

Nova (já) era
O progresso às vezes faz andar pra trás. É o caso dos artistas gráficos a serviço das agências de propaganda. Desde que passaram a apreciar os lay-outs de seus trabalhos nas telas cada vez mais nítidas de seus computadores, o resultado final, quando visto nas páginas das revistas e jornais, vem ficando, a cada dia, mais ilegível. As letrinhas pra lá de miúdas, naquele cinza clarinho, que produz um lindo contraste na tela, no papel exige luz forte pra ficar nítido. O possível freguês interessa-se pelo produto até ali. Depois, vira a página e vai cuidar de outra leitura — até que os artistas gráficos se toquem que, avançar, nem sempre é passar por cima.


 

Retro-progresso
Outra do retro-progresso é o inferno dos rádios-telefones e seus trinados. Não há mais quietude em nenhum ambiente depois que se abanca ao seu lado algum membro da tribo dos nextel-boys. Aves do recente paraíso tecnológico, estes novos pavões surgem de repente, abrindo leques de vaidade e gorgolejando sem parar, atrapalhando almoço, cafezinho, bate-papos, numa barulheira infernal. Pairando acima de todas as outras espécies, emitem com enorme arrogância seus importantíssimos bostejos. "TRRIIM! Você está onde? TRIIIIIIIIM! Legal. Nós já chegamos e estamos aguardando vocês! TRIIIIMMM!!!". Hora de pedir a conta e ir embora.


 

Vaya com diós
A única situação pré-agendada em qualquer festival de música, é a vaia na noite da final. No momento em que todas as torcidas, tirante apenas a da composição vencedora, percebem que ficaram sem o almejado primeiro lugar, a vaia, tão estrondosa quanto óbvia, emerge abrupta, incontível. Não foi diferente no último festival da TV Cultura. A única surpresa foi a de o ministro Gilberto Gil e sua pretensão de que poderia acabar com ela e silenciar o incalável, para que pudesse discursar. Sua tática foi a de tratar os manifestantes indignados como se não passassem de crianças. Parecia até que o víamos dando tapinhas na cabeça da horda supostamente infantil, ao declarar: — "Está bem, está bem, a vaia de vocês já está registrada". Como efeito, a balbúrdia dobrou de intensidade. Não deu pra entender como, depois de tantas experiências com festivais, nosso underground de gravata não tivesse se dado conta de que seria impossível conseguir, daquela forma, o que estava buscando. Taí outro que progride pra trás.


 

Pobre realidade
Hollywood ainda não se dispôs a realizar um filme tendo como cenário a tragédia de Nova Orleans. Embora seja comum esse tipo de produção em cima do fato, na indústria cinematográfica americana, alguns aspectos ainda não conhecidos impedem que o filme seja programado. No mínimo está sendo adiado em virtude da existência de leis que proibem filmes americanos de apresentar um desequilíbrio muito grande entre protagonistas negros e brancos. Dessa forma, para não ter que descumprir a lei e chocar o respeitoso público com tamanho desacato, Holywood está sendo obrigada a esconder do mundo a incrível lealdade do americano para com quem tem a desgraça de nascer pobre e preto na pátria guardiã dos direitos e da liberdade de todos os povos.


 

Desprezível realidade
Em outro front, o valente povo estadunidense também demonstra que tem garra. E, desesperado, torce para que seus representantes consigam logo colocar a culpa pela guerra civil iraquiana nas mãos de algum governo sunita ou xiita, eleito de qualquer maneira. Feito isso, o Exército, para comemorar a vitória, vai comandar uma fuga o menos desordenada possível, de volta para casa. Os soldados serão recebidos com bandeiras e sorrisos, mesmo que tenham voltado aleijados, inutilizados, ineptos moral e psicologicamente para contribuir com um Estados Unidos grande, sórdido, desprezívei, canalha, calhorda e tantas outras qualidades que todos estamos fartos de reconhecer.


 

Cúmulo do acúmulo
O governo está com dinheiro em excesso, mas se nega a pagar ações que os aposentados já ganharam (o que terminou por derrubar a "MP do bem"), deixa as estradas apodrecerem, nada concede para a proteção agropecuária (por mais que se fale que a culpa deve ser dividida também com os fazendeiros, o fato é que os especialistas já vinham alertando que a falta desta verba acabaria dando na volta da febre aftosa), não admite providenciar recursos pra lá de urgentes para o saneamento e dezenas de outras despesas inadiáveis. Este é o fato. Só que, bem antes de terminar o primeiro ano do governo Lula, o acúmulo de dinheiro nos cofres do governo nem de longe é devido à incompetência ou desinteresse. Ou melhor, é devido à falta de interesse, sim, mas pela população — não se deve, porém, à inaptidão ou desinteresse em si próprio ou em seu próprio prestígio. Toda essa dinheirama está sendo amontoada apenas e tão somente para ser despejada de uma só vez em favor da reeleição, ano que vem. Reeleger-se, para Lula e o PT, é mais do que fundamental. Trata-se, na verdade, da única coisa que importa.


 

Ave espanha
Ao informar sobre o acompanhamento da difusão do vírus da gripe aviária, que ameaça o mundo, os cientistas citam a todo momento a pandemia da gripe espanhola. Meus avós testemunharam a tragédia, no Rio, e falavam dos bondes repletos de cadáveres, de caminhões recolhendo-os pelas ruas (presidiários foram obrigados a fazer o serviço). Enfermos ainda com um fiapo de vida, eram igualmente levados para os cemitérios. Estima-se que tenha matado mais de trinta milhões de pessoas no planeta. No Rio, aportou entre setembro e novembro de 1918 e matou dezessete mil. Segundo relatos que ouvi, justamente as galinhas, que na atual gripe aviária é disseminadora do vírus, foi apontada como remédio milagroso para a doença. No desespero, a população tomava até o sangue vivo dos animais. Os roubos se multiplicaram. Em pouco tempo, o Rio não via mais galinhas na rua, fato corriqueiro em 1918, principalmente nos subúrbios. Ainda bem que a pandemia da espanhola não foi disseminada aqui pelas aves, mas sim pelos soldados que, ao fim da primeira guerra, regressaram da Europa contaminados. Em razão disso, os Estados Unidos foi um dos países mais atingidos, com mais de seiscentos mil mortos. No Brasil, chegou antes mesmo da volta da soldadesca, quando um navio de imigrantes espanhóis contaminados atracou no porto do Rio — daí seu nome. Rodrigues Alves, eleito para o segundo mandato como presidente, morreu antes de tomar posse. Aliás, talvez a aviária chegue por aqui antes das próximas eleições.


 

Tráfico cortante
Na opinião de Carlos Tramontina, num telejornal da Globo, o assassinato do estudante na USP prova que proibir as armas de fogo não seria suficiente. Talvez quisesse sugerir que deveria ser proibido também o comércio de facas de cozinha, visto que o crime foi cometido com uma delas. Num cenário desses, uma faca razoável alcançaria preço sem precedente no tráfico, e as donas de casa iriam à falência para conseguir cortar o bife de cada dia — além de ter que mantê-las muito bem escondidas. Mas milhares de jovens seriam salvos da sana assassina das Tramontinas (sem trocadilho). Ou das Woodcrafts (para matadores mais exigentes).


 

Pizza pernambucana
Em outro telejornal, uma locutora informou que o presidente Lula seria homenageado em almoço pelo presidente da Itália. Mas nomeou o presidente do país visitado como "compatriota". Deve ser por isso que dona Marisa Letícia está requerendo passaporte italiano — a que tem direito, em virtude de sua ascendência. Ou vai ver que o presidente Carlo Azeglio Ciampi é lá de Garanhuns, e a gente nem estava sabendo.


 

Suspeito do abusivo
O capítulo da Constituição que assegura a liberdade de imprensa, de modo algum se encontra incompatível com as leis que protegem a pessoa de abusos dos veículos jornalísticos. Tanto é assim, que a cada dia que passa mais e mais cidadãos entram com ações na justiça, exigindo indenização por direitos violados em razão de informações inverídicas, ofensas, invasão de privacidade e demais atos que podem configurar abuso de poder da imprensa. Por isso, os veículos têm tomado cada vez mais cuidado com o que dizem — o que é bom pra todos. Mas não precisa exagerar. A Folha de São Paulo descreveu um assalto ocorrido num ônibus, em Ceilândia, a poucos quilômetros de Brasília, frustrado em virtude do aviso feito pelos passageiros à polícia, que cercou o ônibu,s obrigando o assaltante a render-se. Antes porém da rendição, o bandido tentou esconder a arma que usava debaixo de um banco. Assim que os passageiros o viram desarmado, avançaram sobre ele e o espancaram. O gajo escapou do linchamento graças aos policiais. A Folha, mesmo com todas as provas testemunhais, até com a identificação mais do que positiva do marginal, indelevelmente marcado por arranhões e hematomas, o chamou apenas de suspeito até o fim. Só faltou entrevistá-lo mais tarde: — "Como você se sente por ter, aparentemente, tentado assaltar este ônibus?". A resposta mais provável seria: — "Ai!".


 

Fé profissa
Conta Carlos Heitor Cony que um milionário americano fez um dia, ao Vaticano, a assustadora proposta de comprar-lhe o teto da Capela Cistina, pintada com afrescos de Michelangelo. Um intervalo. Para quem não sabe, afresco tem mesmo a ver com fresco. Trata-se de uma técnica de pintura aplicada em paredes e tetos, cujo revestimento, de gesso, cal, etc. ainda se encontre úmido (fresco). Deste modo, a superfície absorve a tinta, fazendo com que o quadro se fixe como se fosse parte dela. Continuando, ainda como narrou Cony, o Vaticano, claro, respondeu que não vendia. Porém, penso que o mais assustador não foi a petulância do milionário, nem mesmo o fato de que pretendia adquirir o teto com o fim de cobrir sua monumental piscina. Mas sim o ultraje de o Vaticano ter respondido ao pedido. Ora, se respondeu, pensou na oferta. Cruz credos. Eu professo o cristianismo, mas as religiões o profissam.


 

Fé de aviso
A teoria darwiniana da evolução do ser humano tem sido debatida como nunca nos Estados Unidos. Em alguns estados, grupos religiosos sectários — com discreto apoio, mas total aprovação do presidente Bush — pensam até em eliminá-la das escolas. Jamais vão entender que, na época do Velho Testamento, nem Abraão — que era chapa de Deus, batia papos pessoais com ele, etc. — seria capaz de explicar aos crédulos mortais que o homem, antes de tudo, fazia parte do chão geral como simples célula básica, que se metamorfoseou num organismo um pouco melhor e que continuou se transformando e transmitindo hereditariamente estes aperfeiçoamentos até que, em milhões de anos, completou a viagem e, enfim, se converteu no campeão que passou a mandar e (principalmente) a desmandar no mundo. Daí, quando a Bíblia diz que Ele juntou o barro e deu forma de gente, está apenas representando simbolicamente a história da evolução humana. Mas o crente inflexível só aceita a tese de que Deus nos criou brincando de boneca. Melhor, de boneco. Uma presunção dessas num povo como o americano, cada vez mais convencido de que somente ele possui a verdade, trata-se de um perigo. Não é à toa que os judeus, oficialmente o único "povo escolhido", acabaram se tornando no motivo exclusivo da inveja dos americanos. Eles já estão querendo chegar lá. Todo sectarismo político, religioso ou político-religioso é nocivo, ainda que tristemente eficaz. Sharon, Hitler, Stalin e a Santa Inquisição são exemplos. Naturalmente, os sectários de Bush conseguem ser apenas nocivos — eficiência não é mote do presidente. Mas toda 'fé demais' acaba indo além do cacófato. Fica exalando no ar um cheiro esquisito de aviso.


 

Defesa aérea
Avião ainda parado no solo, eu, sentado na terceira fila, discuto com Alceu Valença, ajoelhado no banco da primeira fila e virado para cá. À minha frente, visivelmente escondido, hehe, devido ao tamanho, encontra-se Chico César. Discutimos sobre a transposição das águas do São Francisco e outros temas. Claro que, como sempre cruzam no ar, além dos aviões de carreira, indiretas contra e a favor do governo. Conversa vai, conversa vem, provoco: "Não estou lembrado de governo pior do que o de Lula". Chico César, do fundo do banco da frente, protesta: "Teve pior, sim!". Pergunto: "Qual?". Pausa silenciosa. Os demais passageiros, que já se encontravam antenados em nossa conversa, esperam a resposta. Mais pausa ainda. Chico se mexe, vejo o banco mover-se de um lado pro outro. Súbito, quebra o silêncio: "O de Médici!". A situação de Lula está muito pior do que eu imaginava.


 

Sexo de ouvido
Desde que algumas cantoras se convenceram de que, quanto mais rebolam melhor cantam, tenho tentado perceber se o sexo está mesmo se tornando auditivo.


 

Máquinas mortais
Os Estados Unidos aperfeiçoam seus robôs para lutar nas guerras do futuro. Os que utilizam atualmente, apesar de mais baratos, precisam ser enterrados em caixões, reclamam quando são feridos e, se sobrevivem, ainda exigem pensão. Só matando.

 

 

Chega de saudade

Para mim, a melhor coisa dos dias de chuva, quando estou no Rio de Janeiro, é ouvir no rádio: "O Tom Jobim opera por instrumentos". Ele vive.

 

 

 

 

setembro / outubro, 2005