Ervas de verão —
Recolho com o laço
Os bois um a um.

 


O gado incomodado
Com a presença do cão.
Fogueira no prado.

 


Grande estiagem —
Também o gado
Começa a definhar.

 

 

Montado ao cavalo
Com as esporas atadas
E os pés descalços.

 


Primeira montaria do ano —
Meu filho corre atrás
Do cavalo sem arreios.

 


Trovão de primavera —
Chicote no cavalo
Montado por dois.

 


Café em flor...
Ao entrar pela porteira,
Chicote no cavalo!

 


Caçada de lagartos.
Até o cachorro manco
Torna-se batedor.

 


Após tocar
Uma vara de porcos,
Chega o trem dos imigrantes.

 


Em volta do trem
Vendedores de doces —
O campo seco.

 


O ar tremulando
Junto com os trilhos —
Desembarque do trem.

 


Cobertor às costas,
Desligo o despertador
E me levanto.

 


De baixo das árvores
As pessoas saem dançando.
Chuvarada na roça.

 


São todos meninos
Os oleiros da olaria —
Vento de primavera.

 


Palavras curtas
Envoltas no hálito branco.
Gênio complicado.

 

©daisuke morita

 

Para o marido velho
A jovem esposa
Que dorme até tarde.

 


O grandalhão
Me encara
Por trás da fogueira.

 


Após tirar a água
Me recosto sobre o poço —
Vai-se a primavera.

 


Mudou a moça
Que bombeia a água do poço —
Uma borboleta!

 


Cachecol no pescoço —
A barba de pioneiro
Compete com a do padre.

 


O aluno de Kyoshi entre ignorantes.
Primeiros insetos
Em volta da lâmpada.

 


Se houver fé
Poucas palavras bastam.
Lume outonal.

 

 

Traduções de Edson Kenji Iura