X: tem certo significado simbólico negativo, ou seja, "contra", ou "proibido", "cuidado", "evite", etc. Mas também costuma indicar, nos mapas, onde é preciso cavar para ficar rico.

 

Xamã: um tipo de pajé, com o nobilitante de ter virado um visionário em poemas de beatniks e de descendentes do grupo. Tudo que for "xamanístico" é mais do que bom, é inspirado em verdades eternas, profundas e cheias de desafio às convenções sociais. É uma sigla de gente descolada de segunda classe (i.e., os facilmente impressionáveis. A primeira classe é formada pelos esnobes).

 

Xadrez: bom para o cérebro, como as línguas mortas, as palavras cruzadas, as nozes e o tutano, que se acha por exemplo dentro dos ossos das galinhas.

 

Xenofobia: [gr.] repulsa ao estrangeiro. O xenófobo é um provinciano, o que quer dizer um idiota voluntário, e o mundo desenvolvido está cheio deles. Já o mundo subdesenvolvido está cheio do contrário disso, o xenófilo, que é uma outra espécie de provinciano, louco (a) por estrangeiros (as).

 

Xereta: a chamada crítica genética, que caça cada papeleta na lixeira do poeta, estica, analisa a letra, as correções, o diabo, e surge daí todo tipo de conclusão: quantas xícaras de café tomava durante o dia, se era um psicótico, se apoiava os ombros na mesa do gabinete ao escrever.

 

Xerez: vinho de gente passional, sangüínea, atraída por exotismo e dada a fantasias românticas.

 

dezembro, 2007