A
temática é boa. O time também: Charles Kiefer, José Clemente Pozenato,
Laura Honda-Hasegawa, Luiz Galdino, Márcia Kupstas, Mauro Pinheiro,
Moacyr Scliar, Nelson de Oliveira, Regina Rheda, Renato Modernell,
Roniwalter Jatobá, Silviano Santiago, Sílvio Fiorani, Wladyr Nader.
Catorze contistas contemporâneos elaboraram catorze contos. Um de cada.
Tendo como tema o estrangeirismo. Para a coleção "Prosa Presente" da
editora paulista Nova Alexandria.
O
volume é Pátria Estranha.
Avalio conto a conto. Observo que só indicarei o título, o autor fica
por conta do consumidor:
O
boneco de neve
– desenvolve o tema com sagacidade, mas é como a coleção fosse de
1967;
Não
foi fácil
– lembra um capítulo de novela das oito. Com toda aquela italianada.
Melhor ver TV;
Um
certo Hiroshi passou por aqui – trabalhar
melhor as imagens;
Carta
de Babel
– tem estilo. Fugiu do óbvio usando o óbvio: a carta e o nordeste;
Gringa
– 100 no vestibular.
Zhora
– 5 estrelas.
Peixes
e anjos
– dá um elemento há mais ao tema da imigração: o filho Yânkele. Mas me
remeteu a 1977;
Sang
Yi
– lembrou-me O
Tambor;
O
santuário
– outro 5 estrelas;
Sonata
da última cidade –
equívoco da coletânea, seu ponto mais baixo. Excerto de um romance de
1988;
Aves
de arribação
– conto que se subdivide em onze. Chamo a atenção para Waldomiro. Restantes
inexpressivos. O título foi tomado de empréstimo do famoso romance, Aves de Arribação, do genial
escritor, cearense, Antônio Sales;
Borrão
– tudo para ser um grande conto, quando o autor, passar a
limpo;
A
vida é assim
– poético, mas truncado. Na nona linha o autor abre uma chave, abrindo
depois, internamente, em subconjunto, um colchete e um parêntese, para
fechar tudo duas linhas depois e prosseguir com
ponto-e-vírgula;
Fantasia
oriental para –
toques de humor. Lembrou-me
Cyrano de Bergerac e a fixação paterna
de
"múltiplo
uso" de
Walt
Whitman.
É
conferir.
