©c martvs
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

prótese

 

desmontável

protético

impenetrável

o manequim

não pode ser

particula

rizado

(plástico é

plástico)

 

melhores ventríloquos

a TV e o rádio

fazem companhia àqueles que

maqueiam os manequins

e

na falta de luz

sentem que ausências se instalam

e os elevadores descansam

na solidão das escadas

 

 

 

 

 

 

o(m)nibus

 

no ponto (de ônibus)
um pneu 
círculo galvanizado
pára 
úmido

ferramenta de levar gente de ponto a outro 
no espaço (ligue os pontos e terá a cidade)
eventualmente a ferramenta esmaga um corpo 
no asfalto

 

 

 

 

 

 

Homorte

 

desaprumo
dragão de veias
sangue dissolvido na chuva
escorre na sarjeta

 

assinatura do desacordo
entre mar e corpo

 

 

 

 

 

 

1

 

um pombo alumínio

deflete ideias

transmuda em insônia

por arrulhos

na memória

decaimento de nomes

faces

 

no cheiro de hospitais

eternidade

 

 

 

 

 

 

estio

 

circular

sanguíneo

as faces passam

não param

mas olhares

empréstimos de luz que não se devolve

revelam einstein e

no estio

o desejo de que os vidros se embacem

outra vez

e chovam sombras nas solidões

 

 

 

 

 

 

posto

 

novos templos

e um armazém de energia líquida

ali, no posto de abastecimento do bairro novo

ao abrigo de um excesso de água ofendida

(deus que o Capitalismo não aplaca)

à espera do transporte que me leva

de urbe a outra

a cidade se deixa observar, circula

a energia vira palavras, transmuda

 

 

 

 

 

 

confusão

 

e apesar da morte

palavras

esta urgência do vivo

que é multiplicar

se

s

que é perdurar

perdurar

ok

mas por quê

 

se não se pressupõe o tempo como essência

então só há o que há

e tudo vale tudo

ou nada

apenas por si

ou melhor

apenas por ser

por existir

e fazer ou escrever

seja lá o que for

literatura

obituários

cartas de amor

vale o mesmo

(tudo ou nada)

apenas mais ou menos

quando visto em contexto

considere este texto

assim

perdido num blog ou num sebo

há nele um sentimento ou conceito

que talvez só existam em seus olhos

ou em minhas lembranças

ou

mais provável

que apenas sejam quando nossas dú

vidas se con

fundem

num breve beijo de lingua

gem

 

 

 

 

 

 

todos

 

todos no nascimento

todos no enterro

flores para todos

em ambos os momentos

 

 

 

 

 

 

a vista

 

o

se

(r)

se

se

(r)

ve

a

(con)  si (en si)

a

vista

out

ro

se

(r)

s

e

(u)

 

 

 

 

 

 

 

O

EU

ELE

ME

SM

O

 


 

sobre o pó

 

 

do pó ao po

eta

 

per

vers

 

a            o

      poe

sia          ma

 

 

 

varal

 

PALAVRASÃOENSINADAS

COISASÃOENSIMESMADAS

POEMAMBIVALÊNCIA

VARALPARAPALAVRAS

 

 

 

 

 

 

 

 

sol

solua

soluamor

 

te

 

 

 

tudo tem 

sua razão de 

se

 

 

março, 2010

 

 
 
 
 
 

Fábio Romeiro Gullo (Santos/SP, 1980). Poeta e ficcionista, tem trabalhos publicados em sites e blogues. Atualmente, escreve seu primeiro livro de poemas, cujos exercícios publica no blogue Fábio Romeiro – Poesia.

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