"Ao nos depararmos com os desenhos de Cristina Arruda, podemos nos perguntar o que faz o preto e o branco ser tão leve. O que ela faz, sua alquimia é alcançada com as curvas. Perfeitamente ancorada no espaço, seus riscos delineiam a mulher e a cidade. Belo Horizonte das obras tão presentes de Niemeyer, Belo Horizonte de córregos antigos, Belo Horizonte de uma infância onde era possível correr atrás de borboletas. É essa leveza que passeia por suas linhas e não é raro nos defrontarmos com esses tempos misturados: insetos, mulher, edifícios. Uma fluidez de águas, ar, terra de colocar pés no chão, textura do feminino.

 

Já em sua pintura, as cores fortes irão ditar a emoção de suas figuras. Ali, a mulher nos olha diretamente, ou de soslaio, mas é sempre esse olhar de mulher a nos seguir que irá nos indagar a respeito da condição feminina.

 

Diferentemente do que alcança no desenho, leveza na pintura, o que Cristina  Arruda nos apresenta é profundidade e uma viagem a um interno abissal, com predominância de azuis, vermelhos e seu amálgama, o roxo. Rostos a indagar caminhos, a visitar passados, a analisar o presente. É possível ter saudade de futuro? Suas mulheres e barcos parecem falar dessa saudade. Onde está a mulher, no sentido de qual é o seu ponto?

 

Uma artista que já conseguiu alcançar voz em sua obra e ser fiel a um projeto estético que narra e que constrói".

 

 

Adriane Garcia

Poeta e arte-educadora

 

 

 

 

 

 

"A arte de Cristina Arruda é a mais fina poesia tecida com as pontas dos dedos. Seus traços são como fios de Ariadne que passam por nossa alma iluminando-a e em seguida saem transpassando luzes. Suas formas arredondadas remontam mulheres fortes e femininas".

 

 

Adri Aleixo

Poeta e professora

 

 

 

 

 

 

"Há coisas que só uma mulher escreve. Há coisas que só uma mulher desenha. Há um silêncio nos traços de Cristina Arruda. Silêncio de cobra serpenteando, para dar o bote. Há canto de sereias para desavisados marinheiros. Há solidão, essa palavra feminina. Seus traços mínimos lembram tatuagens. Arte flor da pele".

 

 

Rômulo Garcias

Artista plástico e poeta