Donizete Galvão foi um mestre da poesia: um mestre do que podemos chamar, pensando em Bandeira mas também em Deleuze, de poesia menor — daquela poesia que se recusa ao espetáculo, que sobretudo não cabe na lógica da espetacularização e da mercadoria (confira-se, a propósito, o depoimento "O poeta em pânico", publicado como posfácio a Do silêncio da pedra); poesia que insiste em olhar para as coisas miúdas e para os seres à margem, que sabe que o poeta é fiel sobretudo ao que se perdeu (como formularam Adorno a propósito de Hölderlin e De Robertis a propósito de Dante). E fiel, mais ainda, ao que desde o início já estava perdido, ao que nunca se teve realmente, àqueles objetos e situações que só se dão a ver, outrora e para sempre, como perda: devoradora, devastadora — no limite, aniquiladora. Não deve surpreender, portanto, que pressentimentos de morte tenham atravessado essa poesia do primeiro ao último livro; e interpretar tais pressentimentos apenas por um ângulo biográfico seria, a meu ver, perder de vista o essencial, que é o compromisso vital — isto é, fatal — com a experiência poética que eles, a seu modo, condensam. Ser poeta é dançar com a morte, é experimentar continuamente a vizinhança do nada, é se confrontar constantemente com o fato de que a existência mais verdadeira, quando se vive para a poesia, talvez seja a da obra, condição radicalmente póstuma daquilo que só começa a viver em toda sua potência depois da morte do seu criador, que extrai da morte mesma do seu criador a força com que se comunica com o mundo (neste sentido, toda obra talvez seja, desde sempre, póstuma e todo autor esteja, desde o princípio, morto). Fazer-se poeta, Donizete Galvão bem o sabia, é cindir-se em pelo menos duas figuras, aquelas que, no seu último livro, ele denominou "homem inacabado" — aquele que jamais consegue se desligar de uma originária "vida minúscula", aquele que é por esta moldado até o fim de seus dias — e "anjo distraído" — aquele a quem caberia proteger quem foi esmagado pela história, a começar pelo próprio "homem inacabado". Fazer-se poeta é, portanto, suspeitar-se desde sempre morto, à espera da hora de renascer, que é sempre incerta: hipótese, aposta, poema. A poesia, para Donizete Galvão, foi antes de tudo um incessante drama de perda e salvação. Daí a melancolia duradoura e os fulgurantes êxtases, daí o sentimento trágico que não elimina o humor, daí o tenso enlace — aos seus olhos, em suas palavras — de decrepitude e beleza, pobreza e religiosidade, trabalho e poesia, cidade e natureza, solidão e comunidade.

 

 

 

POEMAS DE DONIZETE GALVÃO

 

 

 

DAS FRUTAS

 

Das frutas não soube o sumo

nem tampouco

toquei suas carnes.

As melhores delas

ofereci aos senhores

que cruzei na vida.

Outras, mais belas,

apodreceram na fruteira

enquanto mastigava

sonhos de moço

na janela.

 

 

 

 

 

QUASE

 

 

No início

tudo se resolveria.

 

Até que apareceu um problema

e no meio do problema havia um x.

 

Por um triz

não fui feliz.

 

 

[de Azul navalha]

 

 

 

O POÇO

 

 

1

 

O poço não é um buraco com água a céu aberto,

mas cristal líquido, cravado no tijuco cinza.

 

Cada dia o poço é um e está mudado em outro:

à custa de tanto uso, cada manhã mais novo.

 

Sempre outra é a dança dos círculos até a borda,

que pouca pedra basta para infinitos movimentos.

 

A primeira água do poço não serve para o pote,

pois sempre há cisco, insetos ou pele de ferrugem.

 

Entretanto, o fundo do poço tem belezas de parto:

a mina lança brotos de água e insufla areia fina.

 

Se à noite chove, o poço turva-se como quem morre.

Não amanhece espelho e sim buraco com água suja.

 

 

 

2

 

 

Beber água do poço, direto, sem caneca, exige tento,

pois a concha da mão não basta para quem tem sede.

 

Um modo elegante de para o poço fazer reverência

é tirar o chapéu e mergulhá-lo, agora mudado em copo.

 

O suor pode botar gosto de sal na água doce do chapéu,

mas o que refresca a garganta, também a cabeça esfria.

 

Outro modo, é quando há por perto folhas de inhame.

A água desliza no verde com sua película de prata.

 

E as gotas, na corda bamba, quais aquáticas bailarinas,

bailam tão puras, que a gente sente pena de bebê-las.

 

Mais um modo, é como o papa deitar-se de corpo inteiro:

a boca beija a água e, do fundo, outro olho nos enxerga.

 

Enquanto se engole a água, as costelas roçam o chão.

Não se sabe se o pulsar é dela, terra, ou dele, coração.

 

 

 

 

 

A DUREZA DO INSTANTE

 

 

Um tapete de goiabas

estende-se sobre a grama.

Os jacintos em bloco

ergueram suas flores.

Poderia ser este o lugar.

Este o tempo do repouso.

Mas a roda dentada nunca para.

Mói o caramujo envolto em formigas.

Mói o cão içado do poço por um balde.

Mói os fios de cabelo de Anita

que protegem os pés de rosa.

Mói as rosas.

(Em direção ao rio,

lá vai a mulher com a pedra no bolso.

Lá está ele na cama

com os tubos no nariz.)

Há perfumes de jacintos

e goiabas vermelhas de outono.

Cada instante tem sua polpa

e no centro o áspero caroço.

 

 

[de As faces do rio]

 

 

 

RUMOR DAS ÁGUAS

 

 

"Estou pensando nos tempos de antes de eu nascer".

(Mário de Andrade)

 

 

Se o Rumor é também um deus,

nas águas dessas grotas é que ele mora.

 

Nasce, reverbera e estertora.

Rompe estreitos de rocha. Lambe seixos.

Espumas saltam-lhe dos cantos da boca.

 

Da fricção das águas, surge uma ópera.

Glossolalia divina. Protomúsica.

Que soava desde o princípio

antes da entrada do homem na paisagem.

 

 

 

 

 

FÓSSEIS

 

 

Salmões exaustos na busca da fonte,

suaves melusinas gemem nas escarpas,

peixes albinos bailam nas cavernas,

cavalos-marinhos imersos em sal e anil

ouçam o que o tambor das nuvens anuncia:

uma maré de lavas engolirá as águas

e todos vocês serão souvenirs para turistas.

 

 

[de Do silêncio da pedra]

 

 

 

EVOCAÇÃO A PRÍAPO

 

 

Evoé, deus Príapo.

Assuste as ninfas nas matas

e faça com que procurem abrigo

sob nossas coxas.

Dê a nós, homens-traça,

comedores de páginas de livros,

corpo de perfeita arquitetura,

com todas as belezas possíveis.

Parca a matéria-prima,

iluda os olhos com miragens,

para que sejamos irresistíveis.

Dê-nos gozos demorados

para que sejam esquecidas

rugas, manchas de pele,

bulas, farmácias e asilos

que nos oferta a velhice.

Livre-nos do mijo nas calças,

das quimioterapias e escleroses.

Quando chegar o enfado,

dê-nos o prêmio da morte limpa e súbita.

Insufle o sangue em nossas veias,

de forma tal que o músculo, sempre teso,

esteja a contento de nossas mulheres,

para que, exaustas e satisfeitas,

elas ignorem os moços que passam.

Agora, que a juventude arisca se afasta,

mantenha-nos assim: sedentos e tarados.

 

 

 

 

 

CARTA A MISS E. B.

 

 

De manhã, os pavões nos despertam com seus gritos

que parecem lamentos ou distorcidos miados de gato.

O sol, por entre as folhagens do terraço, invade o quarto.

Há uma mistura de cheiros tomando conta do chalé:

protetor solar, creme hidratante, perfume,

suor dos corpos, água salgada e gel de aloe.

O enorme búzio comprado do garoto da ilha

fede no banheiro e solta gosmas amarelas,

minúsculas moscas saem de dentro de seu labirinto.

Há roupas de banho penduradas por todo lado

e livros maltratados pelas idas e vindas na sacola de praia.

À mesa do café, todos ficam muito exigentes:

— Não há mais suco de pitanga na jarra de vidro —,

reclamamos como se isso fosse um costume antigo.

Adoramos caju. Nenhum de nós tem alergia.

Não concordamos de maneira alguma com você

quanto a dizer que o fruto tem aparência sinistra.

Não lhe faz lembrar Gauguin a gradação de cor

que vai do amarelo até os tons do vermelho?

E depois, chamar a castanha de obscena?

Concordamos com que é um comentário tipicamente Wasp.

Bem perto do rio, há uma plantação de coqueiros-anões.

A trama das palmas forma um teto todo verde.

Temos deitado na rede (continuamos indolentes)

e lido numa vertigem suas cartas.

Leio algumas em voz alta para A. T.

Ler as cartas de alguém é como uma violação,

pois penetramos no lado oculto das pessoas,

conhecemos suas manias, doenças, vaidades.

Logo, nos tornamos íntimos dela e de seus amigos.

É como se, em poucos dias, tecêssemos um laço forte

e, depois de setecentas páginas,

este se rompesse e deixasse um vazio.

A melhor hora para ler é à tardinha.

A maré sobe e enche o rio de água esverdeada.

Por entre os troncos dos coqueiros, vem a brisa,

que vira as páginas do seu livro.

Mais tarde, quando a maré baixa, expondo o mangue,

um séquito de galinhas-d'angola chega ligeiro

e (você vai detestar saber disso)

devora os pequenos caranguejos que apontam na lama.

Acho que você não gosta muito de praia

e prefere as costas bravas do Maine.

Mas a areia é tanta, que encontramos seus grãos

até mesmo na hora de escovar os dentes.

Esta é uma reserva de peixe-boi marinho,

mas apenas vemos a escultura de pedra no lago.

Os sapos são muito grandes e com aquela orquestração

que você conhece tão bem: ferreiam, martelam e cellam.

Os pavões nos acompanham até no buffet.

Depois das seis horas da tarde, encarapitam-se

nas colunas de pedra da varanda.

Quando venta forte, a cauda segue o mesmo ritmo.

Incomodados, eles, com toda majestade, mudam de posição.

Em contrapartida, há um gato muito reles e magro,

daqueles rajadinhos-sem-vergonha de branco e amarelo.

Vive sempre perto do restaurante e não é bem-vindo.

Nós lhe damos uma grossa fatia de presunto,

mas foge assustado escada acima, com olhos esbugalhados,

quando os empregados se aproximam.

Cruzamos sempre com suíços gordos e sanguíneos,

velhas absurdas, com brancos vestidos rodados

e as mais impossíveis sandálias douradas.

Uma, de cabelos vermelhos, presos com pentes,

usa longos vestidos pretos mesmo durante o dia.

Nada bem cedo e sem molhar os cabelos.

Tem nariz adunco, queixo proeminente e é muito magra.

Parece uma bruxa saída de um livro de Andersen.

Ficamos o tempo todo inventando-lhe profissões:

atriz dramática, cantora, escritora de romances góticos.

Sei que temporada de férias é apenas um escape.

Esquecemo-nos da asma, dos antidepressivos

e até das consultas do Dr. P. ou da Dra. J. K.,

que querem curar-nos dos males, inclusive o da poesia.

Cometemos quase todos os pecados capitais,

menos a ira e a avareza. A moeda: uma conta colorida.

Invejamos corpos. Desejamos outros. Rimos de alguns.

E os casais com seu bebê cor-de-rosa

ficam unanimemente insuportáveis com sua filmadora.

Numa mesa, a jovem evangélica comenta:

— O casamento é mesmo um sonho.

Mas o melhor de tudo é que a paisagem

(mar, vegetação, rios, cachos de buganvílias

e de espirradeiras, mimos, damas-da-noite)

ainda não foi devorada por nossa mágoa e dor.

Nosso olho só vê a beleza. Sem saudades.

A sensação do provisório, a suspensão do tempo,

tudo isso deixa as coisas intocadas.

Sobram-nos horas para escrevermos

às nossas novas velhas amigas.

 

 

[de A carne e o tempo]

 

 

 

MIOLO

 

 

Lembro-te mata,

tenda de folhas

ninhal de minas,

casulo de sombras,

alcova de brotos,

renda de luzes,

vertigem de avencas,

friagem de sapos,

labirinto de cipós,

manto de limos,

frescor de cambraias,

grafias de cascas,

acridez de sumos,

açúcar de flores.

Recorro a todos os nomes

sem nunca recuperar

o frêmito de espanto,

o susto da criança

inaugurando a mata.

 

 

 

 

 

REBOCO

 

 

                   para Niura Bellavinha

 

 

Sexta-feira:

dia de rebocar o chão.

É preciso ir ao curral

e trazer na bacia

o estrume das vacas.

Melhor aquela pasta

que solta fumaça,

ainda cheirando a capim.

Na beira do barranco,

perto do córrego,

cava-se a tabatinga.

Do branco do barro

com o verde da bosta,

que se mistura com os dedos,

surge uma argamassa

com que se barreiam

o piso da cozinha,

a taipa e os lados da trempe.

Para quem não tem muito,

tudo tem serventia:

a argila, a bosta da vaca,

o perfume da grama,

o giro ágil das mãos.

Faz-se sem saber como,

sabendo-se desde sempre

essa alquimia.

 

 

[de Ruminações]

 

 

 

OCO

 

 

O incômodo

dos braços

diante

do espaço

exíguo

 

A sofreguidão

das unhas

roídas

até o toco

dos dedos.

 

O frio

do estômago

à espera

de um corte

de faca.

 

A dor

que ronda

um corpo

partido,

à deriva.

 

 

 

 

 

OS OLHOS DE CHARLOTTE RAMPLING

 

 

as esmeraldas liquefeitas gaze dos musgos rasgos de luz na caverna marinha tela que se esgarça marés de vidro murano esgazear de folhas fruta de vez júbilo de janelas horizonte de vidro desejo em placenta jamais maturado onde um vento? um gesto? uma mão espalmada? O pavão abre seu leque o frescor do dia se vai os olhos continuam fluidos interrogativos os olhos teus nunca fitaram os olhos meus dói-me a visão do que quis e nunca pude tê-lo nuvem contrapelo dói-me mais a beleza em fuga da mulher o lampejo a textura do efêmero quebra de uma onda os tons do mar o que amei e se evanesceu tudo se foi sem gesto de adeus

 

 

[de Pelo corpo]

 

 

 

MISS E. B. COME O FRUTO PROIBIDO

 

 

                   para Paulo Henriques Britto

 

 

Zanzando pelas ruas do Rio,

a gringa dá com o cesto de caju.

A fruta demasiadamente escandalosa

exibe tons intensos de amarelo

que, na ponta, passam a vermelho.

Cravada no seu corpo, nua,

há uma indecente castanha.

O caju lhe parece uma mulher

que deixa à mostra aquilo

que deveria estar entre as dobras.

Miss E. B. cai em tentação.

Morde a polpa fibrosa da fruta.

O sabor travoso impregna-lhe as papilas.

O líquido leitoso escorre-lhe

pelos cantos da boca.

Sofre um curto-circuito alérgico.

A cabeça fica do tamanho de uma abóbora.

Em New York, sua médica,

quem sabe, lhe diagnosticasse:

— O caju faz mal aos calvinistas.

Nos corredores da casa,

tão extremosos, os criados

— cuja indolência ela criticará mais tarde —

entre risos, cantam o baião:

"Eu tô doente, morena.

Doente eu tô, morena.

Cabeça inchada, morena".

 

 

 

 

 

EXÍLIO

 

 

Na beira da porta de aço,

ela tricota: faz bicos vermelhos

em alvos panos de algodão.

Não sou daqui, não.

Sou de Aracaju, Sergipe.

Vim em busca da minha irmã.

Mudou para o Mato Grosso.

Meu cunhado mora em Marília.

Não sou daqui, não.

Sou de Aracaju, Sergipe.

Tenho dinheiro pra passagem, não.

Não sou daqui, não.

Sou de Aracaju, Sergipe.

 

 

[de Mundo mudo]

 

 

 

ANEDOTA JAPONESA

 

 

Peixes mecânicos nadam,

raros, no aquário em Osaka.

 

Seu terno de vidro quebrou

no armário de espanto.

 

Um corvo com bico de aço

volta a furar seu cérebro.

 

As vísceras de Mishima

pulam debaixo da cama.

 

Nenhum cão na imensa Tóquio

ganirá por sua solidão.

 

 

 

 

 

TRIBO DA NOITE

 

 

Aqueles da tribo da noite

têm cem mil grilos nos ouvidos.

 

Têm cem mil grilos nos ouvidos

a torturá-los com zumbidos.

 

Aqueles da tribo da noite

percebem a inércia das horas.

 

Percebem a inércia das horas

nos ponteiros com suas demoras.

 

Aqueles da tribo da noite

habitam na areia dos olhos secos.

 

Habitam na areia dos olhos secos

e recontam seus frutos pecos.

 

Aqueles da tribo da noite

caçam fantasmas na memória.

 

Caçam fantasmas na memória

e comem fiapos de história.

 

Aqueles da tribo da noite

protegem-se em seus caracóis.

 

Protegem-se em seus caracóis

quando o sol bate nos lençóis.

 

 

[de O homem inacabado]

 

 

 

setembro, 2015

 

 

 

Donizete Galvão (Borda da Mata/MG, 24/08/1955). Publicou Azul navalha (prêmio Associação Paulista de Críticos de Artes e indicação para o prêmio Jabuti. São Paulo: Edições Excelsior, 1988), As faces do rio (São Paulo: Edições Água Viva, 1991),  Do silêncio da pedra (São Paulo: Arte Pau Brasil, 1996), A carne e o tempo (São Paulo: Nankin, 1997), Ruminações (São Paulo: Nankin, 1999), Pelo Corpo (com Ronald Polito. Santo André: Alpharrabio, 2002), Mundo mudo (São Paulo: Nankin, 2003) e O Homem Inacabado (finalista do Portugal Telecom e segundo colocado no Prêmio da Bienal de Poesia de Brasília. São Paulo: Portal Editora, 2010). Formado em jornalismo, pela Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, onde vivia desde 1975, trabalhou como redator de publicidade na Editora Abril, por quase 30 anos. Morreu em São Paulo, na madrugada do dia 30 de janeiro de 2014. Em 14 de maio do mesmo ano, seu livro Escoiceados (um poema de Ruminações) foi lançado pelo selo Casa de Virgínia, da Editora Musa/coleção "Um Poema, Um Livro", na Casa Das Rosas, com um sarau em sua homenagem. Ainda em 2014 foi publicada a antologia Ofícios do Tempo (Org. Lindsey Rocha Lagni. Curitiba: Positivo) com 36 poemas seus. Outras Ruminações (org. Reynaldo Damazio, Ruy Proença e Tarso de Melo. São Paulo: Dobra Editorial, 2015) reúne 75 poetas brasileiros em torno da poesia de Donizete.

 

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Eduardo Sterzi (Porto Alegre, 1973) é escritor, crítico literário e, desde 2012, professor de Teoria Literária na UNICAMP. Publicou, entre outros, os livros Prosa e Aleijão, ambos de poesia, e Por que ler Dante e A prova dos nove: alguma poesia moderna e a tarefa da alegria, de estudos literários.

 

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