"Perez
'joga' com relações significativas entre desenho
e pintura, pois a maioria dos trabalhos que 'reproduz' com
grafite e lápis de cor vem da pintura e da grande
pintura clássica, aquela em que o desenho assumiu
importância como possibilidade de construir similitudes.
Embora ele celebre identidades, Amador esvazia esta relação
como se indagasse, exatamente, pela identidade que o desenho
procura. A retícula que recobre inúmeros desenhos
é, por exemplo, feita depois. O preto e branco do
grafite passa por uma identidade com a imagem fotográfica.
Amador constrói seqüências onde a imagem
(pode ser Mona Lisa ou um rosto feminino de Botticelli)
é fortemente marcada ou vai até o limite de
uma possível dissolução gráfica.
Imagens como as extraídas de pinturas célebres
como as de Goya, Vermeer, ou Ingres, convivem com este jogo
entre o referencial conhecido e/ou reproduzido. Amador desenha
essas imagens extraídas do arquivo do imaginário,
mas elas são reconhecidas; mas não são
elas mesmas. O desenho na obra de Amador indaga pelo outro
do desenho: as pinturas desses mestres. Ele brinca com estas
identidades. O lúdico intelectual de Amador que assume
um jogo com as imagens é feito por um desenhista
extremamente consciente do seu métier".
Wilson
Coutinho
Jornal do Brasil, 1985
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Da
série baseada em fotos do dançarino e coreógrafo
russo Vaslav Nijinski, composta na íntegra por dez
desenhos sem título, produzidos a grafite em 1982,
e publicada no livro Nijinski: imagens em 1983 (1ª
tiragem) e 1985 (2ª tiragem) com texto de Júlio
Castañon Guimarães.
Série
baseada em obras de Stubbs, Böcklin e Degas, composta
na íntegra por trinta
desenhos a grafite sem título (1985 a 1987).
.
Série
produzida entre 1996 e 1998 a partir de Gioventù,
de Visconti, e
composta na íntegra por 63 desenhos.
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Série
baseada em figuras femininas da história da arte,
composta na íntegra por quarenta desenhos sem título
a grafite e lápis de cor (1983 a 1985).
"Criações
plenas de uma profunda poética visual, são
produto de um trabalho cuidadoso, paciente, pautado por
elaboradas análises de formas, luz, movimento; de
um olhar obstinado, perscrutador, decidido a extrair todos
os sentidos secretos das obras que o impressionaram; de
um olho que, como a objetiva da máquina fotográfica,
percebe coisas que nós não conseguimos enxergar".
Irma
Arestizábal, 1995