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Interrogação Permanente e Inquietante

 

"O trabalho plástico de Eleuza de Moraes é pintura de intervenção. As suas obras reflectem preocupações sociais sobre a realidade contemporânea, levantando problemas, questionando eventos e preconceitos, o papel da mulher na sociedade, os direitos humanos, a fugacidade do momento presente e os direitos dos animais são por exemplo temas que a pintora aborda com a sensibilidade de uma artista que acredita na arte como reconstrução social.

 

Eleuza de Moraes vive a arte como uma verdadeira profissional, segura na técnica e competente na comunicação através da imagem.

 

As suas obras não lhe pertencem, pertencem ao mundo, aos outros e ao futuro, como ela própria reconhece, a propriedade do seu trabalho plástico apenas acontece no momento de sua realização.

 

A dimensão social, técnica e poética da pintura de Eleuza de Moraes conferem-lhe as características universais da pintura expressionista de intervenção, de introspecção e questionamento que me levam a situar esta artista ao lado de pintoras como Frida Kallo ou Paula Rego, é arte feminina, forte e válida, interrogação permanente e inquietante".

 

 

Teresa Torres de Eça (Porto, Portugal). Licenciada em Artes Plásticas na Escola Superior de Artes de Porto, Portugal. Mestre e Doutora em Arte Educação na Universidade de Surrey Roehampton, Londres, Inglaterra.

 

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mundo secreto da mulher | tinta acrílica sobre tela
 
 
                       
 

 

Telas Com Heróis Chaplinianos

 

"A beleza é a única coisa preciosa na vida. É difícil encontrá-la, mas quem consegue, descobre tudo". As palavras do cineasta inglês Charles Chaplin poderiam ser a epígrafe de uma jornada pictórica pelas telas da pintora gaúcha Eleuza de Moraes. Nas imagens do cineasta e nas criadas pela artista encontra-se a mesma atitude: a de buscar constantemente o belo, principalmente a partir de cenas cotidianas envolvendo homens comuns.

 

A principal característica pictórica de Eleuza, é o tratamento que dá a figura humana. Seus casais, estejam se abraçando ou se beijando de olhos fechados, obrigam a repensar os mais diversos tipos de relacionamento entre homens e mulheres.

 

Ao se debruçar sobre personagens femininas, Eleuza cria um amplo universo de conotações. Ao mostrar uma mulher no quarto, indecisa entre o vestido e os sapatos que vestirá, a artista pinta o sexo feminino numa situação que provavelmente somente uma outra mulher poderia enfocar com tamanha precisão e simplicidade. O rosto de indecisão da retratada diz tudo o que se pode escrever sobre a relação de uma mulher com as roupas que usa e o que impressiona é como a artista chega a esta solução com poucos e seguros traços.

 

Nas pinturas de Eleuza o ser humano é desvendado em sua realidade mais nua. Fundo e forma se integram, chegando a um resultado bem definido, com um estilo reconhecível, principalmente ao enfocar pessoas, vistos como herdeiros diretos de Charles Chaplin, inadaptados ao mundo que os rodeia. Assim ao dar vida pictórica a esses seres, a pintora os imortaliza como representantes imagéticos das indagações que permeiam todo ser humano.

 

 

 

Oscar D'Ambrósio (São Paulo, Brasil). Membro da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA - Seção Brasil), editor do Jornal da Universidade Estadual Paulista, autor de Os pincéis de Deus (Editora UNESP e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo).

 

 

 

 

 

novo amor | tinta acrílica sobre tela