CORAÇÃO PÚBLICO

A historicidade da obra de Thereza Portes tem um suporte. Os cadernos de desenhos, pinturas, colagens, escritos que a artista confecciona precedem as pinturas. Nem sempre, nem quando, mas muito. São intensos, mostram a desenvoltura nas páginas onde ela embaralha e se desembaraça do cotidiano. Comenta o mundo à sua maneira, coleta e descarta o material que delineia o ofício de seus ossos — a pintura; tal como um esqueleto de seus quadros tão exuberantes e de proporções tão maiores que os  pequenos cadernos. Mas eles existem e insistem. Com a exposição e escolha criteriosa das páginas, sua visibilidade e manipulação se tornarão presentes e presença artística. A exposição das partes tomou corpo, além da leitura linear ou transversal. E apesar de prefaciar algumas obras já consagradas,  os cadernos não têm mais páginas. Ultrapassaram o status de um subtexto de uma "obra maior" que são os quadros. São seres públicos — com estética e vida próprias. [Beatriz Goulart]

 

 

 

O que me agrada no trabalho de Thereza Portes é o respeito devotado à  consciência mágico-simbólica que ela redescobre nos temas e os motivos que sua arte privilegia. Thereza se transforma numa mitóloga sutil, mercê da candura de seu olhar-menina, que enseja sua atividade de coligir e de se co-naturalizar com os documentos de nossa arte popular — folclóricos ou não. Costumes, folguedos, enfeites, atavios, cromatismos ingênuos de sonhosos tons, mofinos instrumentos da faina cotidiana. A artista sabe que o mito dormita dentro de nós, mesmo de nós ditos "civilizados". E no mito já estão todas as grandes riquezas e experiências humanas. Segue em frente, querida amiga, conviva sempre com esse território meio alógico, mas sincero, que sua dilecção tem selecionado para alimentar sua recriação poética e estética. Os Fados lhe deram um outro dom, uma outra magia — a da ARTE. Com ele, você encontrará meios de rebater, na transcendência, as simplicidades autênticas da "anima" do povo. O que nos confia a arte, senão um pouco da "moeda do absoluto"? [Moacyr Laterza, Professor e Crítico de Arte]

 

 

 

 

Thereza Portes (Belo Horizonte-MG, 1966). Artista plástica, professora da Escola Guignard - Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG. Formou-se pela Escola Guignard – UEMG; especialista em arte educação. Seu site: www.therezaportes.com.br

 

Premiações

 

Prêmio Aquisição – III Bienal Centro Cultural Dannemann – Bahia – Brasil – 1995

Prêmio Aquisição – III Salão Paraense de Arte Contemporânea – Belém – PA – Brasil – 1994

Prêmio Aquisição – XIII Salão Nacional de Artes Plásticas IBAC/ FUNARTE – Rio de Janeiro – Brasil – 1993

Prêmio Aquisição – II Salão Paraense de Arte Contemporânea – Belém – PA – Brasil – 1993

II Prêmio – XX Salão de Arte Jovem Centro Cultural Brasil/EUA – Santos – SP – Brasil – 1993

Prêmio Banco Nacional – 23º Salão Nacional de Arte – MAP – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1991

I Prêmio "Secretaria de Estado da Cultura" – Grande Galeria do Palácio das Artes – Belo Horizonte - MG – Brasil – 1988

 

 

Principais exposições individuais

 

Sala Arlinda Corrêa Lima – Palácio das Artes – Belo Horizonte – MG – Brasil -2006

Galeria Mara Dolzan – Campo Grande – MTS – Brasil - 2001

Pintura Mural Belas Artes Liberdade – Belo Horizonte – MG – Brasil – 2000

Sala Arlinda Corrêa Lima – Palácio das Artes – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1997

Galeria Marina Potrich – Goiânia – GO – Brasil – 1996

Itaú Galeria – Brasília – DF – Brasil – 1993

Espaço Cultural Cemig – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1992

Sala Corpo – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1992

 

 

Principais exposições coletivas

 

Tama Art University/Tokyo International Mini-Print Triennial 2005 – Tokyo, Japão - 2005

Galeria da Escola Guignard – Professores da Escola Guignard – UEMG – Belo Horizonte - MG - Brasil - 2004

15 anos do Museu Casa Guignard – Professores da Escola Guignard – FAOP, Ouro Preto - MG - Brasil - 2002

22 anos Galeria Marina Potrich – Goiânia, GO – Brasil - 2002

Projeto Migrações – Centro de Artistas A Space – Toronto - Canadá - 2002

Projeto Migrações – MAC - Santiago – Chile - 2002

Tokyo Internacional Mini Print Triennial – Japão - 2002

VII Bienal Virtual Internacional de Pintura de Cuenca – Equador, 2001

NovaGaleria André – São Paulo, SP - Brasil - 2001

Galeria 57 – Leiria - Portugal – 2000

Palácio das Artes – Belo Horizonte – MG – Brasil - 2000

Ouvirandú – Escola Guignard, UEMG – Belo Horizonte – MG – Brasil – 2000

Brasil 500 anos – Funalfa/ TV Panorama – Juiz de Fora – MG – Brasil – 2000

Museu de Arte Contemporânea – Santiago – Chile – 2000

Museu de Arte Contemporânea de Santa Catarina – Florianópolis – Brasil – 1999

Universidade Católica – Criatividade e Arte na Encruzilhada do Milênio – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1999

Universidade Federal de Viçosa – Centro de Vivência – Viçosa – MG – Brasil – 1999

Centro de Cultura UNI-BH – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1998

Um Século de Artes Plásticas em Belo Horizonte – Palácio das Artes – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1997

Carl Davis Gallery – Ottawa – Canadá – 1997

Gallery of the Regional Municipality –  Ottawa Carleton – Ottawa – Canadá – 1997

IV Bienal Internacional de Pintura – Cuenca – Equador – 1994/95

Galpão Guaicurus – Centro Cultural da UFMG – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1995

Iº Salão MAM Bahia de Artes Plásticas – Salvador – BA – Brasil – 1994

Pintura Mural – Ponteio Lar Shopping – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1995

IV Bienal Nacional de Santos – Santos – SP – Brasil – 1993

Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco – Recife – PE – Brasil – 1989/1992

Compartimentos – Grande Galeria do Palácio das  Artes – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1992

Utopias Contemporâneas – Palácio das Artes – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1992

XXII Salão Nacional de Arte – MAP – Belo Horizonte – MG – Brasil – 1990

 

 

 

 

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