Jarbas Juarez, Terreiro de Café, Acrílica S/Tela, 70x50 cm, 1977 (*)
 
 
 
 
 
 
 

De passagem? Por onde? Como?

 

De passagem pela literatura, artes plásticas, fotografia, música, cinema, teatro, pelas coisas (boas) de Minas. De passagem, reticente e breve, mostrando apenas uma parcela — mínina — das artes feitas hoje nas Alterosas. Uma amostra/uma idéia. De passagem pelo passado, reavivando alguns dos grandes autores mineiros. Que vão e voltam. Misturam-se aos novos. Promovem o encontro de gerações, fazendo sobressair aquilo que "não esquece jamais". Na sua essência, os diálogos com o mundo, próprios do espírito criativo e da memória da terra.

 

Para realizar esta proposta, foram convocados vários expoentes das artes mineiras. A cada um deles foi dado o bilhete da liberdade, da criação independente, e a alternativa de apresentar trabalhos inéditos ou não, dentro de suas características peculiares e estilos. A mineirada respondeu com talento e presteza, afirmando a raça. O resultado, taí, bonito que só vendo.

 

Este encontro sensibiliza e realça a importância da mineiridade na cena cultural e artística do país. Ao mesmo tempo, abre um novo caminho, outra passagem para a internet: muitas das obras apresentadas, antes somente no papel, agora já pertencem ao mundo virtual.

 

Faltou gente, faltou coisa, faltou trem: alguns hão de reparar. Mas vale brilhar este pedaço de Minas Gerais: ela não cabe inteira aqui. Vasto é o seu território, suas cores, imagens e pessoas, sua inspiração — viva, sempre viva — presente, por certo, no ar de suas montanhas, além dos hemisférios, girando no encantamento do universo, que lhe permitiu certas singularidades: todo mineiro é um contador de histórias. Ou bom ouvinte. Aqui em Minas, se não nasce poeta, é cronista. Com um pouco mais de prosa, vira artista, novelista ou romancista.

 

Por isso, a matéria em destaque. Mais homenagem que bairrismo, em que pese a nacionalidade mineira dos editores responsáveis pelo evento: Silvana Guimarães, da Germina, e José Aloise Bahia, editor-convidado.

 

Abra a porta. Pode entrar, caro leitor, a casa é sua. Hoje, no plural: GerMinas.

 

 

 

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Jarbas Juarez nasceu em Coqueiral, Minas Gerais, em 1936. Em 1957, estuda desenho com Maria Helena Andrés e modelagem com Vicente de Abreu. Na época, conhece Guignard e Franz Weissmann. Na década de 1960, recebe vários prêmios e participa de inúmeras exposições individuais, coletivas e bienais pelo Brasil. Em 1966, recebe o convite para lecionar na Escola Guignard e intensifica a arte como processo de pesquisa e diálogos com as vanguardas da época. Experimenta o cinema de animação, a escultura e a gravura. Na década de 1970, apresenta a série Panhadeiras de Café, muito elogiada pela crítica. Participa da coletiva Artistas Brasileiros na Maison de Bresil, Paris, França (1970). Em 1975, ilustra e realiza o projeto gráfico do livro O menino e o pinto do menino, do falecido escritor Wander Piroli e executa o painel O café, para o prédio do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Ilustra várias edições do Suplemento Literário de Minas Gerais, nas décadas de 1970/1980. O crítico de artes plásticas Olivio Tavares de Araújo dedica uma série de artigos sobre os trabalhos de Jarbas Juarez. Ainda nas décadss de 1970/80, dedica-se ao ensino da arte e a arte pública e intervenções na urbanidade. No final da década de 1980, é agraciado com a Medalha Santos Dumont, oferecida pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Em 1996, realiza a exposição Décadas no Caminho da Arte, Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG. Jarbas Juarez é considerado um dos maiores desenhistas do Brasil na atualidade. Seus trabalhos estão presentes em fundações, instituições, museus e coleções particulares do Brasil e exterior.

 

 

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