soneto quieto
a lua esconde os peixe leva as
onda
baixa a maré faz vento enfeita brilha
balança jacaúna
embala a filha
dormindo na barriga inda redonda
canto pra noite quieta não
responda
só traz a proteção pra essa família
a lua tá guardada
na vasilha
aqui embaixo da rede assim se esconda
me perco vendo a areia branca
fina
e a tábua das maré logo adiante
cheiro de flor no vento
abre as cortina
gosto de olhar pra noite hoje é
minguante
esqueço de tomar a outra aspirina
o mar fica com
cheiro de calmante
soneto patuá
cheguei na areia noite
pescador
passeando não tô só de lá pra cá
eu trouxe pra sereia
um patuá
num arranjo que fiz com palha e flor
mãe d'água sua licença faz
favor
pra eu entrar no seu mar xuá xuá
molha esse meu colar
tupinambá
e o meu corpo que brilha de calor
eu vim agradecer sinhá
sereia
suas espuma das onda vira renda
e enfeita tudo as moça
lá da aldeia
essas coisa aprendi escutando as
lenda
que sai dos índio véio em lua cheia
por isso te enfeitei
essa oferenda
soneto pixaim
cortei os meus cabelo pixaim
mas
não gostei prefiro mesmo a palha
fiz uns cacho co'as tira da
sandália
tô parecendo um pé de alecrim
tô feia não as coisa salva é
assim
quem sabe agora endiante não encalha
um barco pescador
na minha malha
cheio de moço tudo olha pra mim
le le ô meu cabelo faz co'as
tira
de couro forte um nó de amarração
e traz o moço aqui pra
minha gira
le le ô pixaim balança não
firma
alecrim nos pé da curupira
torna essa maré cheia em
salvação