Em "Gambito", o terceiro Capítulo do
romance A maldição do macho, Nelson de Oliveira é um
escritor desesperado. Em busca da poligrafia, perseguindo-a ou por ela
sendo abalroado. Porque a escrita, sobretudo a ficção e dentro dela a
história, limita-se a pôr de pé um cenário, erguendo-se sobre o entulho
de que ele se compõe, filtrando os materiais julgados necessários e
omitindo os restantes, soprando algum fogo à cortina por dentro dos
vocábulos, e por cima de tudo isso ou no centro de tal osmose levantar
as figuras que jazem deitadas e fazê-las circular, entrecenar e
viver.
Quando refiro "poligrafia" neste contexto não atribuo ao vocábulo
nenhum dos significantes conhecidos ou habituais. Muito menos pretendo
insinuar o que quer que seja das suas ligações, eventualmente
jornalísticas e noticiosas, que a palavra aparenta possuir em polaco,
língua que desconheço. Também me não debruço sobre técnicas científicas,
designadamente no campo da Medicina, que, entre outros trabalhos de
busca e investigação, se ocupa do estudo do sono e, em bases que não
vamos agora aprofundar, identificam dois tipos de sono no ciclo
sono/vigília: REM (Rapid Exe Movement Sleep) e nREM (Slow Wave
Sleep).
Apesar
de aliciante, também nada do que iremos escrever agora tem qualquer
relação com Ioanis Trithemius, abade do século XVI monge e filósofo,
considerado um dos pais da Criptologia, famoso pela criação de textos
labirínticos e pseudo-secretos cuja decifração decorria do conhecimento
de chaves progressivas, polialfabéticas, baseadas em sistemas de cifras
de substituição. E que foi o primeiro a publicar um livro impresso em
latim, versando sobre criptografia: "Polyygraphiae libri sex", mais ou
menos traduzível por "Poligrafia em seis livros". E que, portanto, é um
trabalho que apenas visa textos não-literários.
Mas aqui, o alvo é exclusivamente a literatura, a qual vive quase
totalmente do alfabeto, da grafia, das coordenadas linguísticas, das
várias grafias e variadas técnicas de grafia, ou seja, da poligrafia (poli, de origem latina, no
sentido de muitos ou variados). Mais ainda, no sentido de que um texto,
de prosa sobretudo e por maioria de razão, de ficção, deve ter ou terá a
pretensão de a atingir: articular todas as componentes de forma a obter,
ao menos em conteúdo, a mostra de todas as sequências em mesmo
tempo.
Tarefa difícil ou impossível, de que apenas se encontra paralelo
consumado na música, mais particularmente a clássica. De facto, a
polifonia é o cumprimento de um desiderato singular: conseguir,
construir, obter uma mensagem legível, transmissível e decifrável,
usando vários muitos instrumentos musicais em simultâneo, ou dispondo
acordemente pessoas diversas que se articulam, coordenam e entrelaçam
usando um único instrumento musical específico — a voz
humana — em peças e agrupamentos designados por
coros.
Também o cinema, o vídeo e a televisão perseguiram e perseguem
tal objectivo. Muitas vezes subornado. Porque a telenovela e o filme
carecem lamentavelmente do flash-back para esclarecer os
contextos e repor a
posteriori cenas que aconteceram antes. Embora também se verifique
que algumas das dificuldades sejam pontualmente superadas com êxito,
dando origem a técnicas novas e ao eclodir de efeitos especiais: se num
western a diligência arranca
apenas acompanhada do ruído das rodas e do som da banda sonora, os
cavalos (e os cavaleiros) que entretanto entram na imagem (ou na
câmara), e que já lá se encontravam (junto à diligência), quando
aparecem provocam um efeito de surpresa.
Mas é na literatura que esse desígnio se pretende e parece
insuperável. Creio ter havido já tentativas várias, conscientes ou não,
desde os surrealismos aos textos impontuados, versando os mais (ou
menos) ousados experimentalismos e atendo-se, por recurso, ao texto
disponível em colunas. As quais exemplificariam várias personagens
paralelas, ou cenas em mesmo tempo decorrentes, ou pensamentos que
acorriam no mesmo raio temporal ainda que em cérebros diferentes. Mas o
resultado complexifica-se para o leitor, que é apenas capaz de proceder
à leitura de uma coluna de cada vez, criando ele próprio a noção de
sequência que já vigorava no texto tradicional. O problema aqui é
idêntico ao do vídeo: que solucionaria o problema dividindo o ecrã e
reproduzindo duas ou mais cenas, mas o esforço anula-se se houver vozes
sobrepostas o que provoca o caos sonoro.
Debruçando-me sobre esta matéria, pude carrear algumas sínteses
que, todas conjugadas e sublimadas, poderiam resultar no objecto
perseguido. Reproduzo-as aqui, declarando com inequívoca ironia, que
poderiam prefigurar, sofisticamente, os dez mandamentos teóricos da
poligrafia. São os seguintes:
1. Produzir bacanal técnica expandida;
2.
Misturar o vinho e o azeite in vitro;
3.
Dispôr todas as cenas em simultâneo, isto é, casar o ânimo do
vídeo
com o espaço
paralelo da pintura;
4.
Enumerar as diversas versões dos depoimentos em
juízo;
5.
Juntar o rio e a lagoa;
6.
Construir o bosque, ignorando o carvalho o pinheiro a abétola
e
vice-versa;
7.
Obrigar as palavras a fazer cócegas umas às outras, até ao sangue,
tornando-se
irreconhecíveis;
8.
Desenhar um corpo que inclua o jovem o adulto a criança a mulher
a rapariga o velho o
espermatozóide;
9. Namorar a intertextualidade
orgástica;
10.
Instalar o caos ordenado.
Obviamente que conseguir num texto a osmose das dez obsessões
seria instalar o milagre. Mas qualquer autor se sentiria compensado se
alicerçasse o resultado conjunto das três principais: a 3.ª, a 8.ª e a
10.ª.
Entremos no livro, entremos em "Gambito". Que, declare-se,
consultado o dicionário, pode significar "artimanha própria para
derrubar o adversário".
O
texto é o resultado, consumado ou não, de basicamente três áreas: os
materiais literários, as técnicas de escrita e as vivências humanas.
Como evidente, apenas nos interessa o resultado
literário.
Para isso, é forçoso analisar, ou ao menos dispor, os materiais
que o autor juntou ou a que deitou mão, atribuindo-lhe a forma
literária. Os materiais são imensos, contidos em cerca de 30 páginas,
não serão aqui mencionados de forma exaustiva nem tal se afigura
útil.
Deve relacionar-se em primeiro lugar que o grosso do conteúdo
consta da narração, as narrações, as cenas, a arte de contar e
interligar histórias. A par da descrição, da paisagem, de locais, de
personagens, de ideias, a par do uso do diálogo e outras traves
aparentadas ao teatro, a par do recurso a um circuito misto vivamente
policial e recorrente da usança de técnicas desse filão literário. No
percurso do texto vivem as personagens, é-lhes insuflado oxigénio, umas
nomeadas outras não, "o que usava brincos e pulseiras", umas vivas
outras não, Joana, apesar de sua centralidade. E a cola com que se
costuram histórias resulta do tempo, o passado, o presente, os
presentes, o futuro, neste caso todos presentes ou presentificados pela
contemporaneidade da acção, e o espaço, os espaços, físicos e mentais,
em mentais deambulantes por físicos, vários e espaçados, iniciando-se o
capítulo por uma longa viagem em que nos informam que o narrador, em
apenas 3 dias, passou de Londres, Paris, Toulouse a Madrid e Lisboa e
finalmente Belo Horizonte: 5 países e 2 continentes. Vamos, ainda,
arrolar, porque estreitamente ligado ao fenómeno do tempo, o uso muito
frequente do flash-back ou
analepse e o recurso, ainda que escasso e com conteúdos meramennte
divinatórios, da prolepse. E também, o bordejar da narração, forçando-a
vivaz, de construções abeberadas em mitos, arqueologias históricas,
literatura mágica suportando feiticeiras, o tom coloquial, o dialecto e
o calão.
Mais do que os materiais e os conteúdos, importam em literatura
os recursos estilísticos. Alguns dos quais foram já abordados no
parágrafo anterior, a narração e a analepse por suas valência e
dimensão. Mas devido é referir outros, que se revestem igualmente de
função primordial.
A
narração, esta, vive em regra do parágrafo curto. Voluntariedade do
autor ou tentativa de aproximação a um perfil determinado de escrita ou
de leitor, não vale a pena esmiuçar. Mas não fica omisso o parágrafo
longo, como se verifica nas páginas 56-7 em que assistimos à marcha do
ônibus numa amálgama de palavras isenta de pausas que deixam sem
respiração o autor e a nós.
Aparece a diversidade de opções: para exprimir pensamentos,
reflexões, consubstanciando o monólogo, pode-se recorrer ao discurso
normal, mas também às aspas ou ao hífen.
Surge a descrição, não já de paisagens, sítios ou circunlóquios,
mas de actos, no caso em apreço o sexual. Onde não predomina, como seria
vulgar, o evoluir e o desenho dos corpos, o acentuar da lascívia pela
escrita, mas o jogo de análise e de relance de quem observa actos. Que
se transforma assim num jogo de espelhos, de reflexos, de desencontros.
Desenvolvendo-se apenas, pela percepção do narrador que observa e
"actua", o escopro de gestos, músculos e sentimentos que renascem na
mente de quem vê (e escreve) metamorfoseados em sensações exteriores de
interior.
Pormenorizemos
mais ainda, provocando o zoom de algumas técnicas meramente
estilísticas. A pele do texto sobre a gordura das palavras. O filtro
contra o entulho. Alguma acrobacia do processo figurativo.
Muito odor emana das metáforas:
"Meti-me, voltando no tempo, dentro do casulo
acolchoado".
"… um casarão …, as janelas todas abertas, os músculos à
mostra".
"… deixei que muito entulho viesse a ser despejado entre mim
e
eles".
da animização ou animismo:
o "braço da lagoa grande entrou pela janela …"
"… mais morros tropeçando uns nos outros …"
"… mais uma vez eu saía de dentro da noite …"
"Meu amigo barman
tornou-se o novo recipiente do afecto".
da
enumeração, noutro paradigma, que funciona como carimbo, âncora, flashe, síntese e resenha de
longas tiradas que se evitam, chegando-se ao excesso do uso de um só
vocábulo:
"O gozo, o gozo, o gozo".
"A primeira feiticeira. Planícies, vales, montanhas".
"Um relâmpago. Luz intensa. A terra treme".
"BR-040. /A cabeça colada na janela. / Curvas, uma atrás da
outra".
a gradação em
alternância de estádios ou sensibilidades:
"Ao
pensar nisso, o medo que eu sentia transformou-se em pavor … Eu sentia horror não da noite iminente, mas …"
a
transição pessoal ou pessoalização deslocada ou desfocada, a
personalização, a hipérbole:
"… as duas lentes me olharam com curiosidade …"
"…
uma igreja aguardava que viessem retirar os andaimes que a rodeavam".
"Grossas pernas conduziram a mulher gorda para longe".
"… o ônibus estacionou … bafejou e morreu".
mas
principalmente o apropriar da figura da anáfora, por vezes hesitante
entre a aliteração e o polissíndeto irregulares, de que é um dos
exemplos o início do capítulo:
"No Sábado: … / No Domingo: … / Na segunda-feira: …"
"Stephen
de costas, … Stephen de perfil, … Stephen cubista, …"
Por
qualquer motivo, uma referência a um excerto que dá permissão ao
erotizar da paisagem e à desmontagem de elementos
romantizados:
"A feiticeira se põe de quatro e ordena que eu me encaixe nas
suas ancas".
"O
oceano chocando-se contra os rochedos".
Arrumar todos estes e outros materiais, obter a disposição
próxima de certa, produzir que se encaixem sem conflito ou que deste
resulte artefacto literário, não é decerto tarefa
simples.
Aprovando sugestões do próprio texto, a arte da escrita dedica-se
a recapitular, ou seja, criar e engastar capítulos que de capítulos
mentais resultam. E o resultado ou recapitula ou capitula. Ainda mais
rente: como numa viagem a fazer, acomodam-se as roupas, os objectos, o
visual, enfiando, cobrindo e arrematando, de forma a tornar a mochila
feita: neste caso, a "mochila" literária.
Sobre a organização de materiais, e a sua complexidade, teremos
que nos deter mais demoradamente na categoria
"tempo".
Não há em "Gambito" problemas a solucionar resultantes de cenas
paralelas. De facto, sendo o narrador homodiegético e pondo de lado,
para este efeito, que o presente da narração é aquele em que se escreve,
o discurso inicia-se já em Belo Horizonte. E é a partir daí que
acompanhamos o narratário rumo a Ouro Preto.
Mas tal não impede diversos entraves poligráficos. Resultantes da
própria narração que noutras se cruza ou choca ou corta, sendo possível
observar inúmeros avanços e recuos, regressos, reinícios, regressos
dentro do regresso, elucidações. E não será fácil descortinar se tudo
isto é uma armadilha (gambito), um labirinto imposto ou voluntário, rodeo ou mera estratégia
formal.
O certo é que deparamos com todas essas curvas (ou colinas) do
texto. E, arte de contar ou acto de necessidade, o autor deita larga mão
de expressões suplementares interligantes: "Ainda na segunda-feira",
"Muito antes de deixar Londres", "Quase uma semana depois", "Na mesma
noite", "Quinze minutos depois". Por vezes, ocorre a interferência
subjectiva não verbalizada, forcejando a fronteira, assumindo formas
elaboradas: "Corte abrupto de cena", "Novo corte abrupto de cena",
"Voltei a cair no assento", "Meti-me, voltando no
tempo".
Ressaltam,
no entanto, no capítulo em apreço, problemas evidentes de índole poligráfica.
Não
só porque o narrador é "forçado" a arrastar para o presente da acção
cenas que aconteceram anteriormente e a vislumbrar, por analogia vivencial,
outras que poderão vir a ocorrer futuramente.
Não
só porque o narrador é "obrigado" a esclarecer ocorrências de capítulos
anteriores ou a dosear o significado que as mesmas assumiram.
E
porque, de igual modo, até por força de estratégia ficcional, obscurece
o final do capítulo, inexplicável, visando recolher do non-sense o interesse do leitor
pelo seguinte capítulo, ou seja, pelo fluir do livro.
Mas,
sobretudo, porque a complexidade do "herói" força a divisão da atenção,
não apenas entre o que se passa e o que se passou mas também no que
se vai simultaneamente passando. Frente aos dois grandes receptáculos
de captação e produção de imagens e vivências: o olhar e a mente.
É
exemplar a cena em que o narrador, acordando da imaginação, menciona
pretender "ver nos redemoinhos de poeira", ou seja, as cenas que ficaram
para trás, a escrita que se arrumou, "espectáculo com que ocupar minha
atenção", confirmando que "ao mesmo tempo não conseguia desgrudar
os olhos do tabuleiro" de xadrez. "Xadrez", outro elemento sintomático
para o que vimos enunciando.
Também
a que decorre da visão posicional do personagem que viaja no ônibus,
bruscamente atropelada pelo avolumar de sentidos noutro ponto, o inverso,
porque "no sentido contrário uma charrete retardava uma fila de caminhões".
De
igual modo, a técnica que recria assente nos símbolos caligráficos,
permitindo reviver de índole diversa, filtradas e repostas pela memória,
cenas já vividas: "… via a tampa do baú novamente erguida … discernia
pela segunda vez … os vultos ... mais uma vez saía de dentro da noite
…".
De forma similar, o "eu" tem de atender em simultâneo a apelos do
presente expandido ou passado imediato e do passado afastado, tentando o
entrelaçado ou produzir a mistura: "… no centro do delírio, não só
repetia o que a gorda falava … como, de quebra, revivia os momentos
cruciais de minha vida recente …".
Técnica sublimada, aqui, próxima do efeito horizontal (o
pretenso), não resistindo o autor a dois substantivos, "cenografia
shakesperiana", que funcionam plenamente como comentário subjectivo:
"Cabeças decepadas. Centenas de infantes empalados numa planície de
sangue. … O gemido dos feridos — eu, o único ferido — ecoando
no beco …".
Mas a mistura, polifacetada, é inevitável. Sobretudo quando o
personagem deveria ser objecto do estudo científico da poligrafia, isto
é, se encontra em estado de vigília fraca, de inconsciência, ou seja,
nas zonas penumbrosas do sono REM ou nREM. Vejamos: "… deixei que
Frank — grande conhecedor do orgasmo da minha ex-namorada —, Marcel
e o gozo das gregas se misturasse com os gemidos das putas em plena
actividade". Promiscuidade absoluta de imagens, de sensações e de
sentidos.
Buscando, no próprio texto, as eventuais definições que possam
conformar nossa análise, o essencial da escrita e a que a poligrafia
poderá dar vaso porque para ela é também fundamental, estão todas no
seguinte parágrafo:
"Queimava
as pálpebras e os humores do mundo obscuro por detrás das pálpebras: a retina e o
cérebro. Queimava o sono, as doces memórias do sono e dos encontros
nocturnos".
Está
tudo aí: a retina (a visão) e o cérebro (a mente); a memória
(recordação) e o sono (inconsciente); o lume (vida) e o sono (morte); os
actos diurnos e os encontros nocturnos. Tudo: o que está nas pálpebras,
na sua frente, e o que está por detrás das pálpebras. Sejam elas quais
forem.
"Um
relâmpago. Luz intensa. A terra treme". Palavras, apenas palavras.
Intensas. Indiferentes. Ou ridículas. Porque o leitor, todo o leitor,
qualquer leitor as modifica e usa a seu bel-prazer. E, embora, a terra
treme. Mas doutro modo. O de quem lê.
Porque
o texto, todo o texto, o texto todo, permanece deitado. Intenta
levantar, como uma figura ou um corpo, fragmentos de vida. Vivida ou
inventada. Que subjaz horizontal, deitada, fria, no papel. E que pode
reerguer-se se, porventura, acontecer acto sexual com hipotético leitor.
Riscando o clarão, grave ou minúsculo, no cérebro deste. E voltando a
deitar-se, de novo, ao comprido no seu leito.
Porque, e voltamos uma última vez a usar vocábulos
do texto, de "Gambito", todo o movimento que se pretende fazer permanece
congelado. Pois a esse estado (ou estádio) regressa sempre o que se
escorou em meros hieróglifos: os signos (e a sina) da escrita.
outubro,
2005
Antero Barbosa (Marco
de Canavezes, distrito do Porto, Portugal, 1956). Escritor (poema,
ficção, ensaio), licenciado em Estudos Portugueses e dirigente em
Escola de Ensino Superior. Publicou Contextos (contos),
2005. Escreve o blogue Poligrafia. Mais aqui.