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Toma-me
as mãos e inventa-me cabelos verdes, que aqueçam o teu alvor frio de ausência. Toma-me o corpo e descobre-me estrelas em cascatas de vento e moinhos de mar, que te refresquem a fronte, inundando de amarelo o cinza-escuro do teu medo. Deixa que eu te tome as mãos e desperte borboletas em gramados lilás, que se derramem em fontes sobre a aridez do teu peito deserto. Deixa que eu te tome o corpo e liberte o sol numa explosão de azuis e azuis ..........e azuis .....................e azuis. |
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©manabu mabe |
Márcia Maia
(Recife/PE) é médica. Tem poemas publicados na Revista Poesia Sempre
nº 15, da Fundação Biblioteca Nacional (novembro de 2001). Em 2002,
seu livro Espelhos foi premiado no 3º Concurso Blocos
de Poesia. Participou da Antologia Poetrix (2002),
da Antologia Escritas (2004), do Livro da
Tribo (2004 e 2005), da antologia Poesia do Nascer,
editada em Lisboa, Portugal (2005). Foi incluída na antologia Pernambuco,
terra da poesia: um painel da poesia pernambucana dos séculos XVI
ao XXI (2005). Publicou Espelhos (2003),
Um tolo desejo de azul (2003), Olhares/Miradas
(2004) e Em queda livre (2005). Escreve em revistas
e sites da internet. Edita os blogues Mudança de Ventos
e Tábua de Marés.
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sazonal um sentir de outono meio ao verão que não termina em mim, todas as folhas caíram mesmo não estando mortas. |
bucólica o riso da menina jogando amarelinha na calçada o cheiro de bolo saindo do forno um quê de preguiça o vai-e-vem ritmado da rede na varanda e o caminhão — desgovernado — tingindo de ausência a tarde bucólica do subúrbio. |
tejipió as cigarras, tontas do sol de outono, pensam que ainda é verão e cantam sem cessar. distraem o poema que quase já se escrevia e trazem de volta as tardes da infância pés descalços, mãos sujas, latas vazias de talco repletas de cigarras, como vivos maracás. |