Notas

 

 

1 OVÍDIO. Poemas da Carne e do Exílio (seleção, tradução, introdução e notas de José Paulo Paes), Companhia das Letras, São Paulo, 1997, p. 91). O livro traz seleções dos Amores, das Tristes e das Pônticas. José Paulo Paes fez um trabalho correto, mas quadrado. Há ótimas traduções de três elegias dos Amores, extremamente recomendadas (que podem então ser comparadas com as de Paes) feitas por Marcelo Vieira Fernandes, incluídas nos Cadernos de Literatura em Tradução n.4, Humanitas/ FFLCH-USP, São Paulo, 2001, pp. 104-122.

 

2 Como escreveu Quintiliano nas Instituições Oratórias (X,II,4): imitatio per se ipsa non sufficit, isto é, "a imitação por si só não basta". Com essa esperta cláusula evitava os "engenhos preguiçosos" que se contentam com a "invenção alheia".

 

3 OVÍDIO. Metamorfoses (trechos esparsos, trad. Manuel Maria du Bocage; intro. João Angelo Oliva Neto, ed. bilíngüe), Hedra, São Paulo, 2000.

 

4 Paralelismos, aliterações, assonâncias e efeitos visuais, além da abundância imagética e detalhista, como se terá a oportunidade de ver.

 

5 OVÍDIO. Arte de Amar (edição bilíngüe), Ars Poetica, São Paulo, 1992. Curioso é que a tradução de Castilho venha como "apêndice" ao livro, porque a tradução, no caso, principal (de Natália Correia e David Mourão-Ferreira), é na verdade uma completa desgraça.

 

6 OVÍDIO. As Metamorfoses (apenas os cinco primeiros livros; tradução de Antônio Feliciano de Castilho), Organizção Simões Editôra, Rio de Janeiro, 1959. Mesmo na tradução dos Fastos ele foi melhor. Vejamos um pequeno extrato do Livro V, "O Mês de Maio", primavera no hemisfério norte, quando temos o personagem falando com Flora (Festas Florais):

 

                      Eis Flora me responde

                (Olor de rosas lhe respira a fala):

                — "Vós Flora me chamais; meu nome é Clóris,

                Transformou-mo a seu uso a Lácia Língua.

                Clóris sou pois; fui ninfa nesses campos,

                Onde hás ouvido, que em remotas eras

                Se lograva áurea vida entre os humanos." (…)

 

HORÁCIO-OVÍDIO. Sátiras/Fastos (trad. António Luís Seabra e António Feliciano de Castilho), W. M. Jackson Inc., Rio de Janeiro, São Paulo, Pôrto Alegre, 1948. p. 282. Clássicos Jackson, Vol. IV.

 

7 Ovid's Metamorphoses (The Arthur Golding Translation of 1567), Paul Dry Books, Philadelphia, 2000. Falarei muito nessa grande e polêmica tradução, principalmente quando estiver comentando os usos que Shakespeare fez de Ovídio.

 

8 CAMPOS, Haroldo de. Crisantempo: no espaço curvo nasce um, Perspectiva/coleção signos, São Paulo, 1998, pp. 210-213.

 

9 Naxos: a maior das ilhas Cíclades, famosa por seu vinho e, obviamente, um dos centros do culto a Dionísio.

 

10 Penteu, o rei, neto de Cadmo. A voz é de Acetes, capitão do navio que seqüestra Dionísio na forma de um garoto. Penteu, assim como em As Bacantes, de Eurípides, se recusa a louvar Dionísio e termina mutilado pelas Mênades — incluindo sua própria mãe — durante o êxtase do culto dionisíaco.

 

11 O mesmo que ferreiro.

 

12 Famosíssimo adivinho tebano.

 

13 POUND, Ezra. The Cantos, New Directions, New York, 1993, pp. 7-9. Há também, desse mesmo Canto, traduções de José Lino Grünewald, em Os Cantos, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1986 (com nova edição de 2003); e a tradução conjunta de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos (os 17 Cantares, incluídos na edição da Poesia de Ezra Pound, Hucitec/Edunb, São Paulo-Brasília, 1993, 3,ed.). Eu prefiro muito a dos 17 Cantares.

 

14 POUND, Ezra. The Spirit of Romance, Peter Owen Limited, London, 1952. Logo no primeiro capítulo, chamado "The Phantom Dawn", comparando o estilo do Ovídio das Metamorfoses e do Apuleio do Asno de Ouro (ou Metamorfoses, também), Pound propõe o seguinte: Ambos escrevem sobre prodígios e transformações, e sobre coisas sobrenaturais, entretanto, Ovídio não escreve prosa florida, mas sim um verso que tem a clareza da prosa científica francesa (p.15).

 

15 CALVINO, Italo. "Ovídio e a Contigüidade Universal", in: Por que ler os clássicos? (trad, Nilson Moulin), Companhia das Letras, São Paulo, 2001. pp. 31-42.

 

16 GASSET, Jose Ortega y. Velázquez, Revista de Occidente, Madrid, 1961, p. LX.

 

17 BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Grega (vol. 2; 3. ed.), Editora Vozes, Petrópolis, 1989. p. 117.

 

18 "junto ao mar de políssonas praias."

 

19 HUIDOBRO, Vicente. "La poesía", in: Altazor/ Temblor del Cielo (edición de René de Costa), Cátedra, Madrid, 1996, p.177.

 

20 Por exemplo, no uso da mitologia. Há também uma referência direta ao Ovídio das Tristes na terceira elegia de Camões: "O Sulmonense Ovídio, desterrado (…)", além de diversas referências a histórias mitológicas, como a de Pan e Syrinx, a que Camões alude na sétima écloga, "intitulada dos Faunos, dirigida a Dom António de Noronha". CAMÕES, Luís Vaz de. Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão), Acta Universitatis Conimbrigensis, Coimbra, 1953.

 

21 Aos curiosos, indico que utilizei a seguinte edição do texto latino: OVID. Metamorphoses (with an English translation by Frank Justus Miller), Loeb Classical Library, Two Volumes, London,  1976.