Ricardo
Domeneck
1977 – nasce em
bebedouro (sp)
1983 – descobre a
existência do sexo, nas piscinas do clube da cidade, seguida da descoberta da
histeria coletiva que acompanhava o assunto
1988 – começam as
batalhas na "irlanda do norte" particular de sua casa, barricadas entre o pai
católico e a mãe protestante
1990 – lê cruz e
sousa, augusto dos anjos e manuel bandeira, num manual escolar
1994 – recebe
bolsa de estudos para terminar o colegial nos estados unidos. apaixona-se por
jovem alemão. lê whitman, thoreau, poe, dickinson, salinger
1995 – volta ao
brasil. plano metódico de leitura da literatura brasileira. vê o filme "não
amarás", de kieslowski
1996 – volta aos
estados unidos e faz primeira viagem à europa. lê "go tell it on the mountain"
de james baldwin e tem crise religiosa, intensa, na viagem entre a grécia e a
itália. atravessa roma aos prantos ouvindo schubert no walkman. primeira estadia
na alemanha. visita dez países e volta ao Brasil
1997 – muda-se
para são paulo. lê joão cabral de melo neto e descobre hilda hilst
1998 – ingressa na
faculdade de filosofia da usp. muda-se para o bairro de pinheiros. descobre o
mundo, educa-se na videoteca da escola de comunicação e artes e na biblioteca da
faculdade de letras. lê cervantes e unamuno, além de tudo o que lhe cai
nas mãos. descobre tarkovski. conhece seus melhores amigos
1999 – abandona a
filosofia e une-se ao grupo tribo de teatro tumutupugá, com alunos da faculdade
de artes cênicas, com quem atua e organiza a dramaturgia do espetáculo "1999",
direção de marcos bulhões. ouve björk e portishead. lê brecht, artaud e
grotowski. visita retrospectiva de lygia clark no mam-sp
2000 – muda-se
para a alemanha, reside em munique. lê kierkegaard e pascal. experiência
mística, transforma-se num anfíbio. ouve cocteau twins e my bloody valentine.
encontra edição de "perto do coração selvagem" cheia de anotações de estranha,
em alemão. surgem primeiros textos, semente da primeira coletânea de poemas.
apaixona-se de novo. volta a são paulo e se casa, reside em santa
cecília
2001 – separa-se.
sofre como um condenado. muda-se com amigos para casa em pinheiros por onde
passarão jovens atores, fotógrafos, cineastas, escritores, todos sem dinheiro,
batizada de "o sobrado". ali inicia sua "carta aos anfíbios". ouve pj
harvey e cat power. funda com amigo a festa semanal "gum!" e passa a trabalhar
como dj. lê eliade e cassirer. vê o filme "a professora de piano" de michael
haneke 11 vezes no cinema. une-se a grupo de pesquisa corporal da técnica de
klauss vianna
2002 – sai de são
paulo, refugia-se na casa dos pais para remendar o peito. volta para a alemanha,
fixa residência em berlim. lê murilo mendes, edmond jabès e robert
duncan
2003 – é obrigado
a voltar a são paulo por questões de visto, que se arrastam por meses. no
sobrado, lê wittgenstein, catalisador de uma mudança de sensibilidade já em
andamento. visita exposições de bispo do rosário e leonilson. começa a
escrever os poemas da segunda parte da "carta aos anfíbios"
2004 – dá por
terminada a "carta aos anfíbios" em fevereiro. lê numa antologia carta de emily
dickinson em que, após relatar pormenores cotidianos, encerra a carta com
"forgive me the personality". após duas semanas de silêncio, começam a surgir os
fragmentos em série do poema-livro "a cadela sem logos". em março, retorna a
berlim. em junho, segundo casamento. encerra-se ciclo obsessivo gerando o
poema-livro "a cadela sem logos". inicia a série "poema começando
'quando'". estabelece-se como dj em berlim. ouve kate bush e yoko
ono. colabora com as revistas cacto e inimigo rumor
2005 – funda com
dois amigos a festa semanal "berlin hilton". lança o fanzine eletrônico
"hilda". começa nova coletânea, a que dá o nome "sons: arranjo: garganta".
lê gertrude stein e john cage. grupo de teatro-dança obara cria o espetáculo
"fragmentos de uma carta aos anfíbios". pai sofre derrame, retorno
às pressas ao brasil. primeiro livro é lançado no rio de janeiro. nova
experiência religiosa, confina-se em chácara no interior do pará
2006 – retorna a
berlim
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