Agenda: palavra dos executivos ocupados, que equivale a tempo, que equivale a dinheiro. Os artistas famosos também têm, obrigatoriamente, "agendas lotadas". Alta Literatura: que difere de Baixa Literatura. Os modos de medir (barras de índice, fluxogramas, planilhas, etc) variam de país para país, e, às vezes, de universidade para universidade. Todo mundo tem uma opinião sobre o assunto. Alteridade: (ver também "Olhar" e "Viés") pode aparecer também como "a questão da alteridade em", ou com outro tipo de combinação. Se um escritor explora a questão da alteridade, trata-se de um grande escritor. A alteridade denota que seu pensamento é profundo, não estaca nas aparências nem é presa do clichê (ver "Clichê"). Armas de destruição em massa: está aqui por ser o melhor exemplo de um coringa verbal: assim que anunciado, o pânico que provoca em milhões de pessoas pode autorizar guerras sem motivos aparentes e dar fôlego bélico para articulistas de jornal, cegos como aquela grande dama, a Justiça. Arte: de ars, do latim, significando algo que se faz demoradamente e sem nenhum senso ou resultado prático; completa perda de tempo nos dias de hoje, em que tudo deve estar orçado e com prazos bem claros de começo e fim (e que seja rápido). Definição alternativa: o cuspe de Kurt Schwitters. Artistas: pessoas que aparecem na televisão; pessoas desocupadas; pessoas ricas; pessoas que gostam de mostrar suas casas para as revistas; eternos esquerdistas que moram nos bares; intelectuais sempre zangados ou balbuciantes; jovens afetados; velhos afetados. Auto-Ajuda: vampirismo narcísico. Autor: de auctoritas, do latim, isto é, "autoridade". Característica que vem se transferindo para a figura do crítico literário. Autoridade: sempre que se tiver que justificar tudo o que se diz com as palavras solenes de alguém no mínimo 50 anos mais velho é porque algo realmente não está indo bem.
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