Baixa Literatura: muito mais complexa do que a Alta Literatura. Confundem-se nela todos aqueles que não ingressam no primeiro time, embora bons, e a verdadeira escória da arte da escrita. Como a crítica só vez por outra se interessa por eles, pouco importa esse bizantinismo. Belo: do grego tó kalón; Hegel escreveu que o objeto da estética (isto é, a filosofia da arte), é o belo. Que belo? O artístico. Quando começaram os problemas com a poesia de Baudelaire, entre outros, que propunha o horrível, a ambigüidade e a imprecisão, cunhou-se o seguinte milagre da crítica de arte: o belo-horrível. Belo-horrível: não se sabe o que é. Gosto perverso pelo grotesco, elevado à categoria de beleza. Ou: trata-se apenas de belo no sentido formal, e horrível no sentido do que se diz. Bom, isso deve sempre soar muito esquisito. Bíblia: "o livro dos livros", etc. Autoria problemática. Livro mais importante para o rap, em particular o Antigo Testamento, no qual freqüentemente encontramos deus de mau-humor. Bienal do Livro em São Paulo: curioso espetáculo do mercado do livro num país que não lê. Bizantino: o que sabemos dos bizantinos? Então, quando se diz que uma questão é "bizantina" é porque trata-se de algo indecifrável, arcano, nebuloso, erudito, etc. Pode ser usado também em conexão com a queda de Constantinopla, 1453. Bom
gosto: o crítico Antonio Candido escreveu
que Sousândrade tem "um pendor para termos difíceis
que roça o mau gosto". O bom gosto é a
arte complexa de se ser comum e palatável juntamente;
é preciso ter bom gosto quando falta caráter;
para não roçar o mau gosto é melhor não
complicar as coisas.
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