Ícone:
materialização
do campo imaginativo. Identidade:
lado público da personalidade; aquilo que reconhecem como sendo você,
ainda que se trate de algo falso, impreciso ou simplesmente
inventado. Idiossincrático:
é assim que você chama um maníaco quando não quer soar rude com
ele. Ídolo:
aquele ou aquilo que é adorado. Os ídolos evoluíram: antes eram estatuetas
que ficavam em simples altares caseiros, e hoje são de carne e osso,
ganham fortunas na moeda forte, i.e., o dólar, detonam quartos luxuosos de
hotel, etc. Ilusão:
truque humorístico dos deuses. Basta ver como a ciência costuma ser
provisória; Maya. Iluminismo:
como a maior parte das pessoas gosta de acreditar que a época anterior foi
caos e escuridão totais, esses nomes vez por outra aparecem para reafirmar
nossa convicção em nós mesmos; as luzes da inteligência; um momento único
no pensamento humano, que resultou numa enciclopédia, numa revolução, na
burguesia, etc., e, certamente melhor do que tudo isso, em
Voltaire. Imanente:
maneira filosófica e distinta de se dizer o popular "vem de
dentro". Imaginação:
algum idiota desses resolveu um dia que deveria cindir imaginação e
realidade. Agora, imaginação parece se aplicar apenas àquele tipo já meio
pancada, o bocó, o stary-eye-idealist. Imortal:
escritor cuja obra já está morta, mas que permanece conservada em chá e
fardão. Impossível:
outro nome para covardia. Infra-estrutura:
uma coisa que só existe importada. Influência:
a gripe artística; para Harold Bloom, que curte um tom psicanalítico e
curte enfeitar bolos, ela deve vir acompanhada de angústia (o que,
suponho, confere certa nobreza hamletiana ao
resfriado). Inspiração:
movimento normalmente involuntário que leva o ar aos
pulmões. Inútil:
já disseram que a arte é inútil, mas quem ouviu isso entendeu que ela é
imprestável. |