"Stat rosa prístina nomine, nomina nuda tenemus".

Umberto Eco, O Nome da Rosa

 

 

A palavra decifra e codifica. O Grivo, personagem central em "Cara de Bronze", um dos contos compilados em Corpo de Baile de Guimarães Rosa, é a substanciação das qualidades da palavra: ele é decifrador e codificador. Ora, procura a "palavra sozinha"1, o significante, o signo, para depois grifá-la, acomodar-se nela, reconhecendo-a como sua, recortando-a do universo léxico e imprimindo-lhe o cunho do significado. Retraçando o caminho percorrido pelo verbo-criação — "No princípio era o Verbo" — o Grivo, em sua missão de ler a natureza, tenta recuperar a capacidade criadora da humanidade, quando esta, ainda livre de abstrações e racionalismo, regia o verbo com a força metafísica de que dispunha então. A viagem do Grivo é uma tentativa de volta ao universo intocado e primordial de Adão, reduto do não-dito, das palavras-por-ser, desprovido de significante e significado.

Agente ativo e passivo, o Grivo trabalha a matéria que o habita, e, ao mesmo tempo, é trabalhado, pois ocupa-se da demanda da palavra. É portanto, ainda, a personificação do escritor que vai colher os frutos do mundo, intermediário que é entre o mundo e as mentes, mediador do significante e do significado.

Tradutor da linguagem da natureza, recriando-a, compila uma preciosa antologia de nomes na sua jornada de (re)construção. Descobre o poder mágico das palavras e a sua virtude de "frasear bem"2 numa íntima relação do eu (palavra) e da natureza (objeto).

O Grivo, em sua pesquisa, persegue, rastreia as pegadas da palavra; procura "o quem das coisas"3, ou seja, a natureza das coisas, sua origem, sua alma, a origem do homem-falante: seu nome esconde, anagramaticamente, a inocência verbal — a palavra pura, virgem, a ser encontrada no universo ainda intocado. Lido de trás para a frente — em analogia ao curso de sua jornada voltada para o passado — VIRGO, ou o GRIVO, tem a missão de recuperar a criatividade dos homens. Repete a palavra metaforizada, a palavra metonímia — os precursores da linguagem. Simula a inteligência do ato inicial, a manifestação da inteligência na linguagem. Descobre que a palavra é o mundo manifesto — o que o torna diferente dos demais, levando o Cara de Bronze a optar por ele para cumprir a missão por ele designada.

O Cara de Bronze, o Velho, seu senhor, é a palavra recôndita, o pergaminho, o hieróglifo, a palavra sem dono, sem pai, cujo autor reside no anonimato. Fator iniciante da linguagem dos homens, escrita simbolizada, congrega em seu nome múltiplo — Segisberto Saturnino Jéia Velho, Filho — a durabilidade da palavra através dos tempos e a fecundidade, a capacidade criadora dos mortais. É certo que a palavra subsiste, os homens, passam. Herdeiros de significantes, só nomes retemos. Sabedor de sua transitoriedade, o Velho manda o Grivo à busca de suas raízes, à demanda da palavra só, da memória daquilo que fica — da eternidade. "Há de ser alguma coisa de que o Velho carecia, por demais, antes de morrer"4: a certeza de sua intransitoriedade, seu duplo recluso, seu lado eterno, homem que é depositário da natureza e da palavra. Ao eleger o Grivo seu mensageiro, ele tenta perpetuar os ensinamentos da vida através do representante. Tenta também perpetuar-se na certeza de sua eternidade.

A jornada do Grivo sintetiza a participação da terra e do céu, as duas naturezas — a humana e a divina, a transitória e a perene, uma vez intermediário das duas na fabulosa figura do Grifo que seu nome evoca. Com essas qualidades, o Grivo é capaz de trazer em sua bagagem respostas que outros não conseguiriam. Portanto, dispensa o Cara de Bronze elementos, se não vulgares, secundários, da linguagem: José Uéua — a exclamação, a repetição, a paráfrase, formas reiterativas e portanto, não-criativas da linguagem, e a dialética, a multiplicação das perguntas à maneira de Mainarte (meine + art= à minha maneira), que representa mais a perguntas do que respostas de que o Velho tanto carecia.

O Velho procura é todos os tropos, a personificação da natureza, como meio de chegar ao seu fim: "Imaginamento. Toda qualidade de imaginamento, de alto a alto [...]"5. Seguir os caminhos da metafísica imaginativa, pura, transformando-se em todas as coisas, refletindo-se na natureza como parte de um todo significativo. Fazer do mundo uma grande metáfora, uma extensão de seu próprio corpo, do seu próprio mundo, nomeando as coisas segundo a sua própria imagem, numa repetição do ato divino da Criação do Mundo, sentindo-o, imaginando-o, sem abstraí-lo, "imerso totalmente na imaginação vigorosa", como intuiu G. Vico. Ver a linguagem como expressão divina, que comanda através de sinais, suas reais palavras. Decifrar a profunda relação homem-natureza, aproximando-o desta forma da inteligência divina, seria talvez também a vontade do autor ao proferir sua filosofia: "A vida também é para ser lida. Não literalmente, mas em seu supra-senso". Como alcançar o "supra-senso"? Seria um dos caminhos a leitura da natureza, pelas razões já expostas? Parece que sim.

O Grivo parte em busca do "quem das coisas", numa viagem de observação, "a verdadeira experiência do homem", segundo Emile Zola. Essa observação engloba todo o mundo aparente e, principalmente, "o que no comum não se vê"6. O Velho, logo a princípio, mandou seus emissários "por perto, a ver, ouvir e saber... Até que o cheiro das plantas e terras se espiritava" (...) "Isso é um ofício. Tem de falar e sentir, até amolecer as cascas da alma"7. A natureza, na sua função de reagente capaz de fazer manifestar-se o verbo, é enfocada de várias maneiras na obra. Em primeiro lugar, ela situa-nos no tempo e no espaço da narrativa do conto, funcionando como ponto de apoio, pedra angular que sustenta a edificação da narrativa no plano da realidade objetiva, aparente. Inicia-se por uma maciça descrição da exuberância e vastidão dos Gerais e do domínio da terra-natureza pelo homem: "A que fora lugar, lugares, de mato-grosso, a mata escura, que é do valor do chão. Tal agora se fizera pastagens, a vacaria. O gadame. Este mundo, que desmede recantos"8. É a natureza desempenhando seu papel principal de seio, berço acolhedor de seu filho-homem, no plano da realidade física. É, simultaneamente, o lugar etéreo, onde a criação confunde-se com a criatividade, no plano metafísico, além do físico, onde, como no plano físico, a natureza aguarda, serena, que se lhe descubram os mistérios. Aquela localização no espaço físico é o que nos assegura a subsistência do passional, do metafísico. As duas realidades se fundem de modo que o invisível aos nossos olhos se perpetue através dos fatos.

A demanda da palavra percorre, portanto, os caminhos da natureza — da liberdade, da verdade. A natureza representa a palavra original, intransitória. Mas participa também dos dois planos — do terrestre e do supra-terrestre. Só alguém que representasse as mesmas qualidades poderia fazer-lhe jus. Sua aura fascina e apela para o não-visto, o ainda não-dito. O Grivo, o eleito, soube transmitir essa originalidade: "Dererê, serra minha!"9 — apoderou-se da natureza e fez dela seu cantar.

Em sua narração, o Grivo começa saudando seus companheiros com a palavra mediatária que contém o Senhor-Criador: "- Na hora de Deus, amém"10 — a confirmação do Verbo divino e do Verbo encarnado, feito homem, feito todas as coisas.

Durante seu relato, a natureza cumpre ainda seu terceiro papel neste conto; desta vez, pela interferência do autor, como nota de pé de página. Ela serve para florear o texto, dar margem ao seu colorido, numa abundante perigrafia de nomes de "pessoas de árvore"11: "A ana-sorte. O joão-curto. A três marias... O angelim-macho... O frei-jorge..."12, etc., num processo de humanização da natureza e/ou naturalização do homem, partes integrantes que são, em perfeita e estreita comunhão e batismo.

A eterna renovação, o eterno caminhar, a esperança reencontrada, a impressão de longevidade, é a roda que o Grivo faz girar: "Sempre nos Gerais?", pergunta-se-lhe, ao que ele responde: "Por sempre. O Gerais tem fim?"13 ou seja, a natureza tem fim? A nossa procura tem fim? "Todo buriti é uma esperança"14 árvore do agreste, incorpora também as qualidades do céu e da terra —  intermediária, tem suas raízes arraigadas na terra e sua copa aberta aos céus.

Essa procura acaba por levá-lo à conclusão de que a vida é ilusória. A realidade oferece sua contra-face pois a lucidez tem seu reverso: "A vida é boba. Depois é ruim. Depois, cansa. Depois, se vadia. Depois a gente quer uma coisa que viu. Tem medo. Tem raiva de outro. Depois cansa. Depois a vida não é de verdade... Sendo que é formosa!"15. A sensação de transitoriedade é amainada pelo encontrar daquela formosura. Mas, neste mundo de aparências, subsistimos através dos signos. Como a rosa, como o Rosa, que subsiste por seu nome apenas, pelo nome que deixou. No outro mundo "todas as diferenças serão esquecidas", lá, "não existe obra nem imagem"16. Vivemos semioticamente, num eterno estudar de signos.

 "O comércio livre dos signos torna-se a moeda corrente onde várias vozes circulam sem autoridade nem lei"17: num mundo de representações, somos todos nascidos sob o mesmo signo. Somos marcados pela transitoriedade, mas perpetuamos através dos signos. Metaforizamos — "... Viajamos toda-a-lua"18. Atribuímos às coisas inanimadas paixões, sensações e características físicas: "De vez, o vento esbarrou, virou as costas, bulia só com a cauda,..."19. Para tanto, imitamos e somos imitados: "Porque o Saci vê assim e imita a gente"20 — o que são os mitos, além dos deuses, senão humanizações do fantástico? Criados antropomorficamente, gravitam no nosso universo mimético: emprestamo-lhes o nosso signo, a nossa forma, na tentativa de, como o Cara de Bronze, eternizar a nossa passagem, repetindo a nossa imagem. O bronze eternamente moldado. O rosto para sempre impresso. Só lembramos o que vemos. O que não vemos, não repetimos, pois a expressão pressupõe a impressão: "aquele que nunca viu o mar, nunca será capaz de expressá-lo"21 (Croce) — "Do que ele não via, não se perdia, do que não se lembrava"22. O Grivo guardava em si riquezas vistas, sofridas, experimentadas; era vivido, tinha uma história, e outra para contar: "[...]: como é que o pobre do Grivo deu para entender, para aprender essas coisas?" (...) "Aprendeu porque já sabia em si, de certo. Amadureceu..." ... "O Grivo, ele era rico de muitos sofrimentos sofridos passados, uai"23.

O Grivo, na volta de sua viagem, de suas andanças pelo mundo, traz consigo algo precioso — os vaqueiros indagam, ninguém sabe. O que se sabe é que uma recompensa haverá de ser dada ao Grivo. "Figura" o vaqueiro Sãos. "Heranças, no corpo de uma escritura"24. A escritura herdada pelo Grivo é a escrita dos signos, é todo o trabalho da humanidade que ele sintetizou em sua viagem de (re)construção. Em seu corpo, a inscrição do signo que o circunscreveu, que lhe foi enxertado, que vingou, deixou sua marca, sua cicatriz. Foi essa sua riqueza adquirida, o poder que lhe foi transmitido — obrar as palavras, "ler a vida no seu supra-senso".

 "Do que narra, não se conta: que será que ele foi buscar?"25 — a pergunta, no entanto, perdura. E o Grivo mantém o suspense que o sustenta até o fim da narrativa. Na verdade, não coloca em palavras o inarrável, posto que nem tudo conseguimos expressar, nem queremos. "Narrará o Grivo só por metades? Tem ele de pôr a juros o segredo dos lugares, de certas coisas? Guardará consigo o segredo seu; tem. Carece. E é difícil de se letrear um rastro tão longo"26. Lacramos o inviolável. Além disso, a vida mantém sempre o seu passo à frente da arte, "do letrear", já que é indizível. A vida é contínua, a palavra compartimentada. A percepção é fluida, mas incompleta. As palavras, insuficiente, dilutas.

E, como se fosse o Deus-Criador, também o Grivo descansa ao fim de sua obra: "De agora, tudo sossegou. Tudo estava em ordem [...]"27. Sua missão está cumprida. Mas, persiste a pergunta daqueles que procuram tanger o intocável: "Ficou noivo por lá, então?"28. E ele, malicioso, "(sorrindo superior): Sempre-noivo ..."29 — sempre enamorado, sempre-vivo, acasalado no seu amor eterno pelas palavras.  "É preciso é vir aquém..."30, voltar aos primórdios, fazer uma viagem de volta antes de se chegar ao além. Retomar o passado para se compreender o presente: "Ninguém não enxerga um palmo atrás de seu nariz"31. Nesse voltar atrás, "o que se manda buscar é raminho com orvalhos..."32 afirma o Grivo. Busca-se uma promessa de vida. O Grivo foi o pombo que trouxe a boa nova, que, depois do Dilúvio, trouxe um raminho da terra prometida.

 "Eu quero viagem dessa viagem..."33, retoma o Grivo. O que ele quer agora é recordar, como se aquela viagem fosse uma viagem de ida, mas que volta, vigorosa, através da lembrança. Vivemos recordando, pois a vida é fortuita; o presente acabou de passar.

Qual foi o resultado da viagem do Grivo? Seu mandante ficou satisfeito. Certamente, houve originalidade no discurso do Grivo — ele soube compor o universo subjetivo de acordo com a natureza aparente. Na sua tentativa de voltar atrás, o que ele encontrou foi um mundo dejà vu, dejà entendu.

Defrontou-se com o universo dialógico dos seres humanos, fenômeno característico de todo discurso. Encontrou-se num paraíso intertextual, provou frutos de árvores conhecidas, cujas raízes estão enterradas no passado primordial da história da humanidade. Compreendeu ser inevitável a "reorientação mútua" (Bakhtine) entre os discursos, que a intertextualidade nunca é ausente. Que vivemos em função de um mundo representado por signos — que é essa a nossa "herança no corpo de uma escritura". Nada mais é criado, que "somente o Adão mítico, abordando com o primeiro discurso um mundo virgem e ainda não dito, o solitário Adão, pôde realmente evitar absolutamente esta reorientação mútua com relação ao discurso do outro, que se produz no caminho do objeto"34. Dispomos de um mundo representado, criado à nossa imagem e semelhança. Mas o Grivo participou intensamente desse mundo, construiu e foi construído. De um dicionário de palavras soltas, compôs um significado singular e subjetivo.

É esse o papel do poeta-escritor. Foi esse o papel assumido pelo Grivo. O Grivo, na sua demanda da palavra, personifica Guimarães Rosa, que, nas "varandas de labirinto"35 da grande rede de interconexões de sentidos, procura o "quem das coisas". O autor, no entanto, sabe que precisa do significante e do significado para obrar. Não dispensa as formas reiterativas e exclamativas de José Uéua, indagativas do "eu" questionador do Moimeichego, a retórica de Mainarte, a presença enriquecedora marcada pela multiplicidade de personagens colocados em cena. O autor não dispensa forma alguma de discurso. Ao apropriar-se de monólogos, diálogos, narrativas onipresentes, mise-em-scène cinematográficas, negritos (grifos), estrofes de canções e até notas de pé de página extensas onde figuram enxertos de citações literais de Goethe, provérbios hindus, asteriscos transpondo listas de presença de vaqueiros e suas ações, listas de nomes de árvores, capins, carrapichos, arbustos, plantas, cipós, ervas, pássaros, numa grandiosa descrição da flora e fauna brasileiras, enfim, de todos os recursos literários possíveis, Guimarães Rosa, neste conto, demonstra que a palavra percorre diversos caminhos, imantadas do significado que se quer transmitir: "A força da citação é proporcional ao poder que dela se apropria"36.

O Grivo decifrador do código da palavra cumpriu sua missão ao ler o enigma. Matou a charada. Percorreu os caminhos do labirinto e encontrou o que procurava. Como emissário do Velho, trouxe "palavras muito trazidas"37. E disse o que o Velho queria ouvir: "A noiva tem olhos gázeos"38 — o etéreo azul-esverdeado, munido das forças divinas e terrestres, compõe metaforicamente a visão do mundo que o Velho, confinado em seu quarto escuro e misterioso, esperava ter. Esta Weltanschauung trazida pelo Grivo, reduzida numa só frase, carrega em si as qualidades que o Cara de Bronze quis ter confirmadas antes de morrer. A natureza, tanto quanto a palavra, foram o veículo dessa identificação. A missão do Grivo, como sujeito da enunciação, foi ir, decifrar e trazer codificado, para que o sujeito do enunciado, num processo inverso, decifrasse o código trazido pelo Grivo, para chegar ao código subjacente ao aparente — o primordialmente decifrado pelo Grivo. Há nesse processo uma grande interação por parte do sujeito e do destinatário, pois o receptor também é um agente em potencial.

Guimarães Rosa manipulou o personagem do Grivo de tal forma que este, no seu papel de mensageiro, desempenhasse a função de leitor do mundo, o que busca a boa nova. Ao mesmo tempo que é decifrador (leitor) é codificador (escritor) — é preciso ler antes, aprender, para depois transmitir — o que nos leva a crer que todo leitor é também escritor, e vice-versa.

O autor nos envolve em sua narrativa conversando com o leitor, criando-lhe suspense e colocando questões enigmáticas do tipo "Para o descobrir, não haverá possíveis indicações?"39. Ele nos induz a pensar, a caminhar com ele (Grivo e Guimarães Rosa). Reconhece que "a narração é muito, muito ruim para se contar e se ouvir, dificultosa..."40. E revela uma mensagem parabólica: "Os que saem logo por um fim, nunca chegam ao Riacho do Vento"41. A partir deste momento, a história deixa de ser um mundo à parte, um simples preto-no-branco, para fazer parte de nós, envolve-nos, como foi envolvido o Grivo por seu patrão. Queremos caminhar juntos, nos intermeamos, tentamos compreender as palavras trazidas pelo Vento — o vento-eco do que foi dito, alhures, aquém. É preciso que tomemos a forma da natureza, fazer como as árvores que "escutam" o vento que lhes fala: "As árvores são cabeças de vento"42.

Inteirados pela natureza (Jéia: terra) e pelo Vento, céu (Saturnino), também partilhamos das duas naturezas, como o Velho, como o Grivo. É então, e somente então, que tudo se identifica. Na {narrativa objetiva} do narrador, existe um [mundo duplo] encontrado pelo Grivo, que também é o (microcosmo subjetivo) de cada um, o que perfaz uma perfeita equação de valores descobertos e a descobrir.

Valemo-nos do mundo inevitavelmente dialógico. Vivemos intertextualmente. Epigraficamente. Proverbialmente. Inter-subjetivamente. É essa a nossa demanda. É essa a nossa herança. E a dos que virão. No Uburuquaquá. No Pinhém. Em qualquer lugar.

 

"O que resta é a chama viva da palavra, sempre acesa".

Ana Maria Machado, O Recado do Nome

 

 

 

Notas

 

 

 

setembro, 2007

 
 
 
 
Marie-Anne Kremer (Belo Horizonte-MG). Mestre em Lingüística Aplicada à Tradução e Doutora em Literatura Comparada pela Faculdade de Letras da UFMG desde 2003. Atualmente, é tradutora de textos acadêmicos e literários.