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Sobre "A Nuvem Prateada das Pessoas Graves"1, de Rui Costa

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"Bom dia. Também eu sou feito de marfim.

Estes são os meus amigos d’hoje: folhedo

para entreter as mãos, pontes de madeira

grossa para depois comer. Hoje havia água

e a minha boca é cheia.

Nunca o mínimo deus me salvou."

(A Matéria do Ar, pág.45)

 

Com as mãos do poeta entretidas na mistura hábil do "fermento da luz", enchendo "a sua forma de poemas, / os seus poemas de sonhos de amor, / os seus sonhos de amor de coisas impossíveis", Rui Costa apresenta-nos "A Nuvem Prateada das Pessoas Graves", obra vencedora da primeira edição do Prémio Daniel Faria de poesia, incentivando-nos a recordar que "nem sempre se deve desconfiar" das novas vozes que vão surgindo, sobretudo se acompanhadas do mesmo rigor partilhado por todos os que perscrutam "o céu do outro lado do caminho  que é o que lhes fica por baixo dos pés e por isso do outro lado do mundo"; afinal, "essas pessoas arrastam uma nuvem prateada que a cada passo larga uma imagem daquilo que foram ou das pessoas que amaram" (pág. 27).

Por entre as referências mais conhecidas em textos antigos, de ampla divulgação e releitura ao longo dos séculos, dos quais destacaremos o texto matricial bíblico (recordemos sobretudo o Livro do Êxodo, ou os Evangelhos segundo São Marcos e segundo São Lucas, onde, ainda de acordo com esta tradição, Deus comunica com os três Apóstolos que assistiam à Transfiguração de Cristo através de uma voz que saía de uma nuvem2) e prosseguindo pelos textos literários gregos, como a conhecida peça "As Nuvens" de Aristófanes e a sua mordaz crítica aos sofistas, esta imagem acabou por reenviar-nos para uma obra de natureza mística, redigida por um anónimo inglês no século XIV, intitulada A Nuvem do Não-Saber3. O incipit deste livro aponta-nos de imediato a sua filiação no itinerário da contemplação — "Aqui começa um livro sobre a contemplação, que se chama "A Nuvem do Não-Saber", em que a alma se une a Deus."4 — ilustrando este caminho em direcção à união divina através da imagem simbólica de duas nuvens que envolvem o contemplativo, cada uma com uma função bastante particular. De acordo com as palavras do anónimo inglês, "Se alguma vez chegares a esta nuvem, para nela permaneceres e trabalhares como te digo, do mesmo modo que a nuvem do não-saber está em cima, entre ti e o teu Deus, assim também deves colocar uma nuvem de esquecimento em baixo, entre ti e todos os seres criados"5. Quanto a esta nuvem do não-saber, a sua explicação é expressivamente revelada no final do capítulo anterior, desvendando a sua natureza alegórica: " E não julgues que, por falar em escuridão ou nuvem, me refiro a uma nuvem formada por vapores que flutuam no ar, ou a trevas como as que enchem a tua casa de noite, depois de apagares a luz (...) Quando falo de escuridão, quero dizer falta de conhecimento, exactamente como tu, ao falares de alguma coisa que não sabes ou esqueceste, afirmas que é escura para ti, por não a veres com os teus olhos espirituais, E por esta razão é que não se chama nuvem do ar, mas antes nuvem do não-saber, àquilo que se encontra entre ti e o teu Deus"6. No que diz respeito à nuvem do esquecimento, a que está por baixo, aparece interposta entre o contemplativo e todos os seres criados, incluindo não só as criaturas como também as propriedades ou obras das mesmas, boas ou más, que afinal de pouco valem, tendo em conta que "é muito melhor pensar no próprio ser nu de Deus, e amá-Lo e louvá-Lo por Ele mesmo7".

Com esta pequena exposição, não desejamos, na verdade, indagar pelos "olhos espirituais" do poeta enquanto perscrutadores de uma relação de natureza religiosa, pelo menos num sentido mais restrito; na verdade, como decidimos transcrever na estrofe que inicia este texto, "Nunca o mínimo deus [o] salvou". Preferimos entender antes a sua nuvem prateada num sentido oposto ao da nuvem do esquecimento do anónimo inglês, para quem a união transcendental da alma do contemplativo com Deus é o único fim, pelo que toda a energia e concentração do sujeito deve ser direccionada para o "ser nu de Deus". A nuvem do poeta é, pelo contrário, a da memória, da qual, um pouco à maneira platónica, se desprendem imagens delicadas "daquilo que foram ou das pessoas que amaram", as quais, débeis como flocos de neve, "podem desaparecer para sempre se forem pisadas quando caem no chão". Em oposição ao anónimo inglês, o misticismo do poeta tende, na verdade, a aproximar-se mais das proposições de um conhecido fragmento de Novalis: " O que é o misticismo? — o que deve ser tratado misticamente (misteriosamente?) Religião, Amor, Natureza, Estado — Tudo o que é eleito se relaciona com o misticismo. Se todos os Homens fossem um par de amorosos, seria assim suprimida a diferença entre místico e não-místico8"

O que elege então o poeta, mediante esta contemplação "mística" do mundo, do qual aparentemente apartou a nuvem do não-saber?

 

"Todas as manhãs acordo e emudeço. Nesta cidade os homens não chegam ao pescoço. Por isso estalam nos sonhos, soberbos, por entre os gatos parvos ruminando a morte nas gavetas. Não quero biografia, quero memória. Não quero a vida, quero o lugar do amor. E como as coisas demoram quando de perto trazem:  espaços, fracturas, certos castanhos acidentes. E esta pequena falta de jeito para as coisas. As coisas."

 

(Fim da primeira parte, pág. 24)

 

O lugar do homem, pois "com o homem começa o invisível. / O que se diz é o que se esconde, os olhos / giram para bem longe da sua fome" (pág. 35); de forma complementar, o lugar da memória, segundo a releitura que propõe do mito de Narciso, onde a imagem enfrenta o caminho da fragmentação, aspecto que encontraremos também em outros poemas:

 

"No rio a tua imagem parece menos tua:

A memória é uma líquida mensagem de aloendros

E o teu opaco ardor apenas o resultado disso:

Um coração já pasmado de algum travo

mordendo uma outra água com vértices ao fundo.

Não te iludas. O que tu vês és mesmo tu:

Restos de um homem às portas de outro homem

E o futuro de olhos baixos, o mar a ver."

 

(Narciso, pág. 18)

 

 Acompanhamos agora o curso fluido da memória sob o signo da brevidade, não só através do desenvolvimento, no poema anterior, do topos clássico das águas do esquecimento, mas também num claro e bem conseguido exercício de contradição complementar9, presente também em outros versos, em que a valorização da imagem é feita pelo movimento da oposição, como no poema que transcrevemos seguidamente:

 

"Esta manhã comecei a esquecer-me de ti.

 Acordei mais cedo que nos outros dias

 e com o mesmo sono.

 A tua boca dizia-me "bom dia" mas não:

 não o teu corpo todo como nos outros dias.

 As sombras por aqui são lentas e hoje não

 comprei o jornal: o mundo que se ocupe da

 sua própria melancolia.

 ontem. há uma semana. há muitos meses.

 um ano ensina ao coração o novo ofício:

a vida toda eu hei-de esquecer-me de ti".

 

(Breve, pág. 16)

 

         Não se trata este texto de um momento único de releitura, por parte de Rui Costa, de uma certa tradição literária, aspecto compartilhado, na verdade, por muitos poetas surgidos na última década do século XX. Como assinalou Fernando Pinto do Amaral, estas novas vozes "tendem a integrar nas respectivas obras todo o lastro de um passado e de uma tradição literária, que surge modulado e matizado consoante as suas obsessões pessoais e segundo perspectivas carregadas de uma ironia tanto mais subtil quanto se mostra capaz de reflectir e de refractar o desconforto em face dessa herança(...)"10. Neste contexto filiaremos o poema "Alcabrás!", onde as sugestões rítmico-vocabulares e fónicas, sobretudo nas duas quadras deste soneto, e o persistente enjambement, nos conduzem a uma  releitura  de feição simbolista, na tradição líquida de Camilo Pessanha:

 

Alcabrás! Trompe por céus eslavos

malsames gritos de flores raiunas

Que gritos? Que mares escunas

requebram ondas de peixes bravos?

 

Solidões? Rochedos alticavos?

A luz treme mas o peito adorna

o infindo lume. Desce a bigorna:

Faltam dois doze-e-avos

 

para coisa alguma. Brincava,

mas agora falo sério. O seio

da mulher já se destapa. Cá

 

para mim acho que não é no meio

que a virtude poisa. É lá

onde o amor morria e o inferno queimava

 

(pág. 32)

 

         Também neste, como em outros poemas, o lugar do amor, descoberto agora na depuração do verso e na leveza alcançada pela iluminação sensacionista de matiz por vezes classicizante, onde a conjugação sinestésica dos sentidos obedece a uma rigorosa selecção metafórica:

 

"Não sei se sabes

 que a meio da manhã

 o verde dos teus lábios

 passou para as encostas

 e um gomo transparente

 adormeceu nos juncos e abriu.

 Abriu um brilho qualquer

 na gruta fria e pôs uma fogueira

 pequenina numa taça

 e elevou as mãos quentes

 pelo dia.

 talvez tu saibas que o principal

 do amor

 é uma montanha de efeitos secundários."

 

(Não sei se sabes, pág.22)

 

Semelhante efeito é conseguido no poema imediatamente posterior — "Insepulto o sangue / percorro a memória dos dias claros / dos beijos escondidos no pescoço dos pássaros / em teus ombros desfeitos construiria a chuva / perfume breve do silêncio e da noite(...)" (pág. 23) — culminando na perfeita síntese com que o poema "Biótica" (pág. 39) inaugura a terceira parte da obra, dispondo, em estreita conjugação, a celebração da vida e do erotismo, ilustrada pela recuperação da tradição do poema visual (neste caso, com a possível figuração de um seio).

"O mundo é", assim, "a / mais exacta forma do amor"; neste e noutros poemas, ficará no leitor a sensação de um poeta divertindo-se "nas copas / das árvores soprando pensamentos para o mundo que há de noite" (pág.43). A escolha vegetal anterior situa-o, deste modo, no eixo de comunicação com o universo, "com o mundo a crescer vibrante a cada instante, / por dentro de nós, em nós, por fora de nós, / sem parar, sem memória, sempre," (pág. 35), sugerido já anteriormente na "montanha à minha frente pousada / sobre a água sempre verde" (pág. 28), também ela um símbolo ascensional e da relação com o mundo superior, mesmo que inutilmente pensada ou inutilmente pensando, mas arbitrariamente cumprindo os seus desígnios referenciais, em certa medida em consonância com a célebre opinião de Oscar Wilde sobre a perfeita inutilidade da arte. Ainda em relação à árvore, citemos uma vez mais Novalis — "Para mim a árvore pode transformar-se em chama florescente – o Homem em chama falante – o animal em chama deambulante11". Na senda de outras vozes contemporâneas e anteriores, o poeta, "chama falante", lugar de fogo e de luz, decide eleger estes dois signos enquanto materiais de uma arte poética antinómica, de que o primeiro verso do poema "A Construção da Luz" (pág. 40) constitui um claro exemplo — "Toda a luz é subterrânea" — e onde a introspecção humana constitui, afinal, o tema privilegiado:

 

"Continuo a escavar, os primeiros pilares

abatem. Estremecem na cabeça dos poemas

quando o caule do absinto lhes cinge

particularmente os olhos.

Há um túnel à direita de todas as coisas

por que se azula as mãos.

Quando a memória refaz o equilíbrio

já as primeiras gotas de suor cavalgam.

O túnel é agora um espaço

aberto sob o ar, um túnel maior: o que seremos

cava por dentro do que somos."

 

(pág. 40)

 

         Nesta mesma ordem simbólica situaremos o poema "Alquímica" — "É sobre as pedras que os corpos se apuram. / Entram pelas mãos, dispõem olhos pela luz. / Disse ao meu irmão: que fracos somos / quando queremos arder. E disse-lhe: / que fortes. Que imensamente voz no poderoso / rio da cabeça " (pág.41); uma vez mais, as mãos assumem uma importância fundamental enquanto instrumentos de comunicação essenciais na sua permanente contemplação "mística" do mundo, imediatamente anunciada na progressão dos paratextos escolhidos para iniciar cada um dos três ciclos de poemas — "As Mãos no Fermento da Luz", "As Mãos a Bater na Boca", "A Contaminação das Mãos" — e presentes em várias composições nas mais diversas formas de significado, quer na comunhão mística do amor — "Há pessoas que ama m/ com os dedos todos sobre a mesa. / Aquecem o pão com o suor do rosto / e quando as perdemos estão sempre / ao nosso lado" ("O Pão", pág. 11) —, quer na sua fragilidade vegetal enquanto meio de apropriação e descoberta do mundo — " não colher as mãos, alimentar os objectos. / tocá-los devagar, deixando o fio correr desde / o ar até à ponta dessa sombra onde repousa / o mundo" ("Não Colher as Mãos", pág.12) —, também evidente no poema "A Flor" — "Quando pensas / a flor é uma poça escura sem remorsos. Tem / dentes que tocam o tecido justo sob a pele e / o fazem vibrar: quando isso acontece nós dizemos / que as suas cores — mãos — são belas" (pág. 42) — quer, ainda na sequência dos versos anteriores, num modo de totalização luminosa e de percepção do infinito, próxima de certos versos iluminados de Eugénio de Andrade, como no poema "Branco":

 

         "queremos eternidade

         e o mais que cabemos

        é rodar nesta corola.

        ser imortal dentro de cada mão

        pois que perder os dedos

        é uma súbita maneira

        de caminhar no silêncio.

        Mas foi isto tudo que eu sei

        que não existe quem me ensinou:

        o teu rosto é um laranjal ao sol

        que nunca principia

        nem acaba. "

(pág. 17)

 

          O motivo das mãos aparece ainda, de forma recorrente, disseminado um pouco por toda a série de onze fragmentos que constituem o poema "Faca de Incêndio",  onde paradoxalmente se vão conjugando ao longo do tecido simbólico que vamos percorrendo com outras temáticas, como o amor e a violência enumerativa  ("havia de mostrar-lhe as mãos cinzentas / e de cuspir o seu amor na água podre / dos caminhos. e havia de matá-lo, / com  a mão de aço na coroa / da cabeça e o sangue a florir nas ruas de ver- / melho, arrastando poemas, candeeiros, a cama, o lençol branco, a mesa da cozinha, / um nome da alegria, o cesto para o pão, (...)" ("O sonho: a escada aos pés da alegria", pág. 55), enquadradas pela imagem constante da casa, seguindo um percurso trilhado na companhia de vários outros poetas contemporâneos, de entre os quais não poderemos deixar de convocar Daniel Faria; se facilmente somos impelidos a reconhecer no título do segundo poema desta série, Primeira explicação do fim, e ainda dentro deste poema, de versos como "era preciso descrever / a posição da casa, arranjar-lhe um destino" (pág. 49) um sinal da admiração que Rui Costa parece demonstrar pelo poeta de "Explicação das Árvores e de Outros Animais", em outros momentos a leitura que dele propõe é particularmente reveladora do esforço que promove em conferir ao poema um ritmo e dicção próprias, como conseguimos constatar no quarto poema, "A casa mexia-se sozinha em redor das mãos":

 

"A casa mexia-se sozinha ao redor das mãos.

Era fria, de malas vazias a remendar a base

e dissemos pedra sobre pedra sobre pedra.

morreram: os meus amigos vinham jantar

com a terra. E não havia nada para lhes dar

a não ser a máquina de erguer janelas rente

aos ombros. Aquecia-se água, descia junto à pele

o lume: apertando os ossos, imaginando o respirar

mais fino. As colheres eram pequenas fantasias

do sono, animais que abriam muito os olhos

junto à fome. Os antigos comunicavam sentimentos —

o método da penumbra que escapara à melancolia aberta

por fora. Mas por fora já não havia nada:

e nós amámos a casa como um osso

no interior da

pedra."

(pág. 51)

        

Esta composição não constitui, na verdade, um caso singular: o último poema da obra poderá lido como uma homenagem a Daniel Faria, sobretudo pela convergência temática e imagética que proporciona, conjugada pela brevidade formal que não se manifesta numa grande parte dos poemas de Rui Costa, o que não deixa de ser significativo:

 

"Neste silêncio as casas gritam.

Podia também dizer assim:

As tuas mãos segam na sombra

Deixam a fruta madura à porta

do coração"

 

("Neste Silêncio as Casas Gritam", pág. 61)

 

 

         Nesta subtil forma de cuidado (pág. 27) com que percepciona a imagem poética parecem, em suma, repousar os "olhos espirituais" do poeta, à medida que este avança na sua contemplação e releitura do mundo, construindo uma poesia que pode ser entendida  não só como um espaço onde "a beleza / é uma garganta toda azul a escorregar no céu" (pág. 31) mas também onde as mãos "são poemas amedrontando os campos, repartindo" (pág. 24); é, afinal, nesta tensão da imagem que localizaremos a "mística" de "A Nuvem Prateada das Pessoas Graves", nessas "casas onde os pássaros esperam", nesses "espelhos onde os rostos principiam." (pág. 19). 

  

  

"Ainda tenho pensamentos mas já não os penso.

Falo como o sono nutre a sua teia e o seu

veneno. Só os bichos da terra e os que andam

no céu são brancos. E digo:

Acende uma fogueira ao que sobrar do

mundo."

 

(A Matéria do Ar, pág. 45)

 
 
 

 

Notas

 

O livro: Rui Costa. A Nuvem Prateada das Pessoas Graves. Famalicão: Quasi Edições, 2005

 

 
Francisco Saraiva Fino é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto em 1999, é actualmente professor de Língua e Literatura Portuguesa. Nestes domínios tem centrado os seus interesses principais sobretudo no caso específico da poesia. Desde a sua constituição (Junho de 2001) é membro das Comissões de Espólio e de Edição da obra de Daniel Faria, responsáveis pelo estudo e divulgação da obra deste poeta. Tem artigos e ensaios publicados em revistas de literatura portuguesas. Mais aqui.
 

Publicações

 

Para una Teoría de la Literatura Hispanoamericana, de Roberto Fernández Retamar, in "Humanística e Teologia", Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (Porto), ano 18 - Janeiro/Abril de 1997, pág. 200.

 

Na Fábrica do Mito - Algumas notas sobre a estoria de D. Afonso I, in Revista da Faculdade de Letras, "Línguas e Literaturas", Porto, XVI, 1999, pp. 231-245.

 

Como se Acordasse a Mão que Semeia – Das Obras Poéticas de Daniel Faria, in Apeadeiro – revista de atitudes literária, dir. de Valter Hugo Mãe e de Jorge Reis-Sá, nºs 4/5, Quasi Edições, Vila Nova de Famalicão, 2004.